Burkina Faso e o após sentença no caso do assassínio de Thomas Sankara
A sentença no caso do assassínio do antigo líder do Burkina Faso, traduziu-se em 11 condenações, incluindo três a prisão perpétua, e 3 absolvições. A sentença do Tribunal militar lida nesta quarta-feira foi mais severa do que o que pedira o Ministério público. A viúva do antigo presidente assassinado reagiu à RFI. Para Mariam Sankara a memória do seu marido foi reabilitada.
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Um julgamento que ocorreu 35 anos após os factos: a 15 de Outubro de 1987 o revolucionário Thomas Sankara, próximo do regime cubano, foi assassinado com 12 colaboradores seus.
Será o seu melhor amigo a suceder-lhe no cargo: Blaise Compaoré.
Este, derrubado por uma revolta popular em 2014, foi julgado à revelia, tal como Hyacinte Kafando, o seu chefe de segurança. Ambos estão radicados na Costa do Marfim.
Já o general Gilbert Diendéré, chefe de segurança, já detido, compareceu em tribunal e foi condenado à mesma sentença de prisão perpétua.
Foram necessários 25 anos de uma batalha jurídica e seis meses de julgamento, mais de 110 testemunhos para se chegar a este veredicto.
Numa entrevista a Gaëlle Laleix Mariam Sankara assume que este julgamento lhe permitiu trazer alguma serenidade por ter permitido reabilitar a memória do seu marido, conhecido como o "Che Guevara africano".
"Este julgamento permitiu que os cidadãos ficassem a conhecer o indivíduo que foi Thomas Sankara.
O político: o que ele pretendia para este país !
E permitiu-nos também perceber o que queriam aqueles que o assassinaram, por interesses egoístas.
Lavaram-se aqui as provocações contra o presidente Sankara porque ele foi tratado como um aventureiro, como um usurpador, disse-se tudo e mais alguma coisa !
Pessoalmente estou aliviada porque ele aqui foi reabilitado.
Isto traz-nos também alguma serenidade, apesar de tudo."
Mariam Sankara, viúva de Thomas Sankara, entrevistada por Gaëlle Laleix, traduzida por Stefanie Palma
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