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Suiça/RDC

RDC: Alain Berset vai visitar o Leste do país, uma deslocação inédita para um chefe de Estado

O Presidente da Confederação Helvética chegou na quarta-feira 12 de Abril a Kinshasa para a primeira viagem presidencial bilateral da Suíça à República Democrática do Congo.

Alain Berset, Presidente da Confederação Helvética.
Alain Berset, Presidente da Confederação Helvética. © AP - Gian Ehrenzeller
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A visita de trabalho, de três dias, tem como objectivo fazer um ponto da situação sobre a cooperação bilateral e a nível humanitário.

Alain Berset, Presidente suíço, encontrou-se nesta quinta-feira 13 de Abril com o homólogo, Félix Tshisekedi, na capital do antigo Zaire.

Após uma reunião à porta fechada, Félix Tshisekedi e Alain Berset deram uma conferência de imprensa no Palácio da Nação, em Kinshasa.

As declarações foram sobretudo em torno da situação no país em termos de segurança.

«O Presidente Berset, antes de chefiar o Conselho de Segurança da ONU (ndr: 1 de Maio), veio à RDC para ver a realidade e isso é importante. Isto significa que ele se vai interessar pelo problema», assegurou o Presidente da República Democrática do Congo.

«Esta visita inscreve-se no quadro das relações multilaterais num mundo complicado. É muito importante para nós que a RDC conserve a sua soberania», destacou o chefe de Estado helvético.

Alain Berset ainda afirmou que o problema tem de ser resolvido pela região e pelos próprios países, e que a Suíça pode acompanhá-los neste processo, com apoio, mas nunca encontrar uma solução.

Félix Tshisekedi aproveitou esta conferência de imprensa para lembrar o que vai ser feito para a paz. Para o Presidente da RDC a retirada dos rebeldes não é rápida e isso é ‘preocupante’. No que diz respeito à força leste-africana, não tem vocação para ficar na RDC e o mandato será apenas renovado por três meses.

Este tempo é suficiente, segundo ele, para que o M23 se dirija para o Kitshanga, zona entre os territórios de Masisi e de Rutshuru, onde os elementos desse movimento vão estar sob a vigilância do contingente angolano, que não pertence à força da EAC. Os rebeldes serão depois deslocados para Maniema, perto de Kindu, onde vai começar o desarmamento e a reinserção.

O Presidente Félix Tshisekedi foi taxativo: «Não vai haver negociações políticas com o M23», deixando para trás esse movimento nas próximas reuniões em Nairobi entre o Governo e os grupos armados em Maio porque «se estas pessoas são da RDC, têm de aceitar de regressar à vida civil», concluiu.

Alain Berset tem, durante a sua visita de três dias, de ir até ao Leste do antigo Congo belga, no quadro da parte humanitária da sua viagem. O Presidente suiço lembrou que o seu país colocou 25 milhões de dólares na mesa para projectos humanitários na RDC no ano passado.

Esta visita ao Leste do país é uma das temáticas da Suíça quando chegar à Presidência do Conselho de segurança: a protecção das populações civis. Ele vai estar presente em Bukavu, mas sobretudo em Goma, para visitar os campos de deslocados. Esta deslocação presidencial é a primeira visita oficial de um chefe de Estado, de qualquer país, ao Norte-Kivu, desde que o M23 ocupa a primeira localidade em Junho de 2022.

Goma, RDC. Imagem de Arquivo.
Goma, RDC. Imagem de Arquivo. © AFP - ALEXIS HUGUET

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