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Senegal

Violência no Senegal faz nove mortos após condenação do opositor Ousmane Sonko

Dacar – O Ministro senegalês do Interior, Antoine Félix Diome, anunciou o registo de nove mortos em consequência da violência que eclodiu após a condenação a dois anos de prisão efectiva o líder da oposição Ousmae Sonko. O exército patrulhava nesta sexta-feira as ruas da capital.

Nove pessoas foram mortas no Senegal na quinta-feira na violência que eclodiu depois que o político da oposição Ousmane Sonko foi condenado a dois anos de prisão.
Nove pessoas foram mortas no Senegal na quinta-feira na violência que eclodiu depois que o político da oposição Ousmane Sonko foi condenado a dois anos de prisão. AP - Leo Correa
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“Notámos com pesar a violência que levou à destruição de bens públicos e privados e infelizmente à morte de nove pessoas em Dacar e Ziguinchor”, declarou o ministro na televisão nacional.

Na sequência do julgamento de Sonko, condenado a dois anos de prisão efectiva por corrupção de menores, as ruas senegalesas mergulharam numa vaga de protestos com pneus em chamas, manifestantes a atirarem pedras contra as forças policiais e a saquearem lojas e prédios públicos.

Estes actos de violência ocorreram em vários bairros da capital de Dacar, tais como Medina, Ngor, Ouakam e Yoff. Mas ainda, outras cidades como no Sul do país em Ziguinchor, onde reside o opositor e igualmente no Norte, em Saint-Louis.

De acordo com o Código Eleitoral senegalês, a condenação de Sonko deixa a sua candidatura de fora das próximas eleições presidenciais previstas para Fevereiro de 2024.

Um ambiente, portanto, crítico que poderia, ainda, vir a degradar-se nos próximos dias. Por sua vez, Ousmane Sonko, mantém-se em prisão domiciliar desde domingo, cercado por forças policiais.

O exército controla os principais eixo da capital, Dacar, com registo de pouca actividade nas ruas da cidade nesta sexta-feira, 2 de Junho.

Ousmane Sonko é o principal opositor do regime. Ele foi, de novo condenado, desta feita na quinta-feira num caso de incitação à perversão de uma menor, deixando-o cada vez mais longe das eleições presidenciais do próximo ano.

Ahmed Kébé, professor de português em Dacar, admitiu a Miguel Martins que a situação é "muito preocupante".

 

04:26

Ahmed Kébé Dacar, 2/6/2023

"Nós não estávamos à espera disto: de todos estes acontecimentos violentos que se produziram ontem [nesta quinta-feira, 1 de Junho de 2023] logo após a publicação do veredicto do Tribunal criminal que julgou o caso do Ousmane Sonko, no âmbito deste processo de violação de uma menina. Foi uma grande surpresa para nós todos a reacção da juventude senegalesa.

Ousmane Sonko tem uma grande audiência nacional, tanto ao nível da Casamança, como noutras regiões do país porque ele vem com um discurso inovador na cena política senegalesa. Como há uma forte taxa de desemprego a nível da juventude a juventude vê nele uma espécie de libertador. Alguém que vem com promessas de emprego, tudo isso ! Ao passo que, com o governo do Macky Sall, o presidente Macky Sall não cumpriu todas as promessas pelas quais ele foi eleito em 2012."

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