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Níger/Cabo Verde

Níger: Cabo Verde apoia sanções da CEDEAO

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Rui Figueiredo, reconhece que a Comunidade dos Estados da África Ocidental –CEDEAO- “foi mais longe” ao afirmar que “poderá usar de meios militares”, caso os golpistas não reponham a ordem constitucional no Níger. O responsável pela diplomacia reiterou que Cabo Verde está ao lado da CEDEAO na aplicação de “todas as medidas que se mostrarem necessárias para a reposição da ordem constitucional no Níger”.

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares.
Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares. © Lusa
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Em declarações à Rádio Pública de Cabo Verde, o ministro dos Negócios Estrangeiros Rui Figueiredo, afirma que a Comunidade dos Estados da África Ocidental –CEDEAO- “foi mais longe” ao afirmar que “poderá usar de meios militares”, caso os golpistas não reponham a ordem constitucional no Níger.

“A CEDEAO vai mais longe, desta vez, e afirma que poderá usar de todos os meios à sua disposição, inclusive os meios militares para repor a ordem constitucional no Níger”, notou.

Rui Figueiredo reconhece que a decisão da CEDEAO se deve ao facto desta "situação de ilegalidade" criar dificuldades a toda a região.

“É uma situação que cria dificuldades a toda a região. Tem a ver com a insegurança e o terrorismo que se vive também nestes países da CEDEAO”, explicou.

O responsável pela diplomacia reiterou que Cabo Verde está ao lado da CEDEAO na aplicação de “todas as medidas que se mostrarem necessárias para a reposição da ordem constitucional no Níger”.

Rui Figueiredo lembrou que “Cabo Verde é um país de paz”, sublinhando que esta é a única posição que o país podia ter.

“Cabo Verde é um país de paz, de democracia, boa governação. É a única posição que podíamos defender, sendo coerentes com o nosso percurso e com a necessidade de paz, segurança e estabilidade na nossa região”, acrescentou.

Este domingo, 30 de Julho, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, reunida em cimeira extraordinária, presidida pelo Chefe de Estado da Nigéria Bola Tinubu, pediu "a libertação imediata" do Presidente Mohamed Bazoum e o "regresso completo à ordem constitucional na República do Níger.

Em entrevista à RFI, o primeiro-ministro do Níger, Ouhoumoudou Mahamado, mostrou-se preocupado com o impacto das sanções financeiras decretadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental-CEDEAO.

Ouhoumoudou Mahamadou admitiu que o país vive actualmente “uma situação económica frágil” e as consequências das sanções financeiras podem ser desastrosas.

A organização regional admitiu ainda que se os pedidos não "forem satisfeitos no prazo de uma semana", a CEDEAO "tomará todas as medidas necessárias" e "estas medidas podem incluir o uso da força", de acordo com as resoluções.

O chefe do executivo nigerino mostra-se confiante com o posicionamento da CEDEAO e disse esperar que os golpistas reponham a ordem constitucional no país, libertem o Presidente, deixando-o assumir "as responsabilidades e os compromissos que fez diante do povo nigeriano". O primeiro-ministro do Níger disse ainda que o Presidente Mohamed Bazoum- sequestrado pela guarda presidencial há quatro dias- se encontra bem de saúde.

Questionado sobre a mediação do Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, cujo país não integra a CEDEAO, o responsável político reconheceu que se trata de “um actor externo” que pode, de forma neutra, representar as partes, reconciliá-las, tendo em conta os interesses do país.

Esta segunda-feira, os soldados nigerinos -que derrubaram o Presidente eleito Mohamed Bazoum- acusaram a França de "querer intervir militarmente", um dia depois da cimeira da CEDEAO ameaçar usar da "força".

A pressão sobre os golpistas é cada vez mais forte. A Rússia também já veio condenar o golpe de Estado, instando os golpistas a reporem a normalidade constitucional no país.

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