Cabo Verde: PR critica recusa do Parlamento sobre homenagem a Amílcar Cabral

O Parlamento cabo-verdiano rejeitou a proposta da Fundação Amílcar Cabral para celebrar o centenário do nascimento do pai das nacionalidades guineense e caboverdiana. A esta decisão, José Maria Neves reagiu pela negativa, lamentando falta de consenso político sobre a questão. 

Parlamento de Cabo Verde. DR

A bancada parlamentar do MPD, no poder, reprovou a 31 de Outubro uma resolução apresentada pelo PAICV, partido de oposição, para celebrar os 100 anos do nascimento do líder das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, a 12 de setembro de 2024.

No dia seguinte, o Presidente cabo-verdiano criticou o chumbo da proposta, considerando que o debate no parlamento "não foi feliz" e avançando que o campo político no país está “muito polarizado”, com discussões “muito rasas e sem argumentos”.

O debate na Assembleia Nacional não foi muito feliz. Aliás, devemos, nessas questões, discutir antes, chegar a entendimentos, a consensos, particularmente num campo político que está muito polarizado, cada um na sua trincheira, com posições extremadas. Infelizmente não foi possível chegar a um entendimento no Parlamento. 

Todos os países devem cuidar dos seus símbolos, devem cuidar dos seus heróis, têm o dever de memória e devem fazer tudo para elevar o mais alto o nome daqueles que se distinguiram no processo de desenvolvimento histórico do nosso país. 

Mas se não houver entendimentos a nível político, José Maria Neves disse que, por ser uma figura consensual, as universidades, organizações não-governamentais, fundações, escolas e investigadores vão estar “na linha da frente” para assinalar essa data.

Em declarações à agência Lusa na tarde de 1 de Novembro, o membro do conselho da administração da Fundação Amílcar Cabral (FAC) Adão Rocha disse ter ficado surpreendido com a rejeição da proposta e considerou que pode não ser bem entendida a nível internacional.