Ordem dos advogados de Angola apela ao respeito da Constituição
Cidadãos e advogados angolanos apresentam reclamações junto da Ordem dos Advogados de Angola, denunciando violações dos preceitos da Constituição.
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Em comunicado divulgado no passado dia 16 de Agosto, a Ordem dos Advogados de Angola exorta "as instituições angolanas de direito, tribunais, Procuradoria-Geral da República, orgãos de investigação criminal, polícia e outros orgãos encarregues da administração da justiça em particular e a sociedade em geral, a cumprirem rigorosamente a Constituição e as leis do país".
Este pronunciamento surge após os advogados dos activistas de direitos humanos julgados e detidos em Cabinda por "crime de actos contra a segurança do estado", terem interposto recurso de anulação das sentenças junto do Tribunal Constitucional, alegando precisamente a inconstitucionalidade da norma aplicada (a lei 7/78) que consideram incompatível com a nova Constituição de Angola, aprovada em Janeiro último.
A Human Rights Watch por sua vez, pede também ao governo de Angola que anule estas sentenças, alegando que os julgamentos foram politicamente motivados e sugere que sejam revogados os "artigos demasiado genéricos e vagos, estipulados na lei de crimes contra a segurança do Estado, utilizados para condenar os activistas".
Para esta ONG, o artigo em causa - N° 26 da lei 7/78 - viola princípios fundamentais do Estado de Direito e o direito a um julgamento justo de acordo com a lei internacional.
Este mesmo argumento é utilizado pela ONG Amnistia Internacional, que pede igualmente a libertação dos activistas detidos, referindo que este artigo viola a legislação internacional sobre direitos humanos.
Avelino Miguel, correspondente da RFI em Luanda
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