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Moçambique/ Somália

256 somalis ilegais detidos no norte de Moçambique

 A polícia moçambicana deteve, nas duas útimas semanas mais de duas centenas de cidadãos somalis, candidatos à imigração clandestina, que pagaram entre 2 e 3 mil dólares a pescadores pela travessia. 

Imigrantes clandestinos
Imigrantes clandestinos (Photo : AFP)
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As autoridades moçambicanas detiveram 115 cidadãos na província da Zambézia e 141 em Nampula, todos de nacionalidade somali, segundo informou nesta terça-feira (30/11/2010) Pedro Cossa, porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique.

Em Nampula existe o campo de refugiados de Maratane, sem dúvida um dos maiores de toda a África Austral, que abriga cerca de 5 mil pessoas, na sua maioria oriundas do região dos Grandes Lagos, mas também da Somália e Etiópia. No passado mês de março 700 refugiados somalis fugiram de Maratane.

Os somalis, candidatos à imigração clandestina, chegam à província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, poir via marítima, vindos na sua maioria da Tanzânia.

Segundo Pedro Cossa, a maioria destes 256 imigrantes afirmam fugir à guerra que grassa na Somália, e teriam pago entre 2 e 3 mil dólares "per capita" a pescadores moçambicanos e tanzanianos, que os ajudaram a fazer a travessia.

No momento em que se aproxima a época natalícia, as autoridades moçambicanas reforçaram o controlo ao longo das fronteiras terrestres, mas o das fronteiras marítimas é praticamente inexistente.

Desde o inicio do ano a imprensa moçambicana tem relatado frequentemente a detenção de centenas de candidatos à emigração clandestina de origem somali.
No passado mês de janeiro cerca de 100 somalis foram detidos em Nampula, e em Maio 9 somalis morreram afogados e 40 outros foram dados como desaparecidos, ao largo de Mocimboa da Praia, na província de Cabo Delgado.

A Somália, país em guerra praticamente ininterrupta desde 1991, ocupa o primeiro lugar na macabra lista de países onde o risco de terrorismo é elevado, seguida pelo Paquistão, Iraque e Afeganistão.

A Fundação norte-americana NEFA, que investiga sobre actividades terroristas em todo o mundo, alertou em junho o congresso norte-americano, para o facto de que em Moçambique existiam campos de treino para terroristas, ligados à rede Al-Quaeda e às milicias somalis Al-Shabaab, que preparavam atentados a serem perpetrados durante o Mundial de futebol na África do Sul. A NEFA evocou então a alegada existência de dois campos em Nampula e um em Tete, o que foi categoricamente desmentido pelas autoridades moçambicanas.

 

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