Carta de transição na Guiné-Bissau poderá estar caduca
O Conselho de segurança das Nações Unidas voltou a reiterar neste fim de semana a possibilidade de sanções para o comando militar na Guiné-Bissau. Os golpistas, por seu lado, acabaram por admitir que a constituição de um Conselho nacional de transição fora apenas uma proposta, documento que parece agora estar caduco.
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Enquanto a diplomacia no Conselho de segurança da ONU volta a ameaçar os golpistas guineenses e respectivos aliados políticos no terreno o parlamento tem sido palco de uma série de encontros.
O que poderá por em causa o protagonismo anunciado pelos golpistas das prerrogativas do Conselho nacional de transição.
Serifo Nhamadjo, presidente interino do parlamento, que tinha sido apontado como possível presidente de transição, continua a insistir numa solução constitucional para a crise e faz um balanço positivo dos encontros mantidos com os vários partidos admitindo que a Carta de transição poderá estar caduca.
Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau
O Movimento da sociedade civil veio a público pedir que o PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, no poder até ao golpe de Estado do passado dia 12, seja ouvido para se tentar solucionar o impasse e que o poder seja devolvido ao PAIGC, como refere o porta-voz Filomeno Cabral.
Filomeno Cabral, Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau
Também Jorge Mandinga, da Aliança democrática, apelou a que o PAIGC seja ouvido nestas conversações a decorrer na Assembleia nacional popular.
Jorge Mandinga, Aliança democrática
Fernando Vaz, porta-voz do colectivo dos partidos da oposição democrática, apelou à flexibilidade e à não adopção de posições radicais.
Fernando Vaz, porta-voz dos partidos da oposição na Guiné-Bissau
O encontro da CEDEAO previsto para esta segunda-feira em Conacri foi cancelado, a Comunidade económica dos Estado da África ocidental devendo enviar em vez disso uma equipa técnica de novo a Bissau.
Por ora a diplomacia nas Nações Unidas continua a avançar em relação à adopção de uma declaração condenando o golpe de Estado na Guiné-Bissau com a ameça de sanções relativamente aos golpistas e respectivos aliados políticos.
Portugal é membro não permanente do Conselho de segurança, Paulo Portas, o seu ministro dos negócios estrangeiros, especificou qual a linha adoptada na ONU relativamente ao golpe de Estado na Guiné-Bissau.
Paulo Portas, ministro português dos negócios estrangeiros
Com a colaboração de Liliana Henriques, enviada especial a Bissau, e da Agência Lusa
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