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GUINÉ-BISSAU

Guiné-Bissau: um ano após o golpe

A Guiné-Bissau assinalou nesta sexta-feira o primeiro aniversário do golpe de Estado que derrubou o regime de Carlos Gomes Júnior. O poder militar alega que "valeu a pena" ter posto cobro ao regime do candidato favorito da segunda volta das presidenciais, este alega "não dialogar com subordinados".

Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto, e Daba Na Walna, porta-voz dos militares guineenses
Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto, e Daba Na Walna, porta-voz dos militares guineenses RFI
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O golpe militar pôs cobro à presidência interina assumida por Raimundo Pereira, antigo presidente do parlamento, na sequência da morte em Janeiro de 2012 de Malam Bacai Sanhá.

E isto a escassos dias da votação para a segunda volta das eleições presidenciais guineenses.

Um escrutínio que deveria opor o primeiro-ministro cessante, Carlos Gomes Júnior, candidato mais votado no primeiro turno com 49% dos votos, a Kumba Yalá.

Foi necessária a mediação da CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da África ocidental, para permitir que Pereira e Gomes Júnior fossem soltos e evacuados para a Costa do Marfim, estando ambos agora a residir em Portugal.

Na altura os militares alegavam que que Angola extravasara as competências da missão que desempenhava na Guiné-Bissau com a entrada de armamento pesado e denunciavam a alegada intenção das autoridades nacionais em pedir ajuda externa para justificar o golpe.

O coronel Daba Na Walna, porta-voz do Estado maior das forças armadas, em declarações à agência Lusa alega que "valeu a pena" ter perpetrado este último de uma série de golpes que têm pontuado a vida da Guiné-Bissau.

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Coronel Daba Na Walna, porta-voz do Estado maior das forças armadas

Por sua vez o primeiro-ministro deposto, entrevistado por Miguel Martins, descartou responder às razões evocadas por Na Walna e denunciou uma "bandalheira do Estado" no seu país.

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Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro guineense deposto pelo golpe de Estado de 12 de Abril de 2012

Desde o golpe de Estado foi assinado um pacto de transição ao qual acabou por aderir o PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, liderada até recentemente pelo primeiro-ministro derrubado, mas nenhuma garantia existe quanto à realização de eleições ainda este ano.

O isolamento internacional do país após o golpe veio juntar-se à suspeita de muitos parceiros pelo envolvimento de figuras guineenses em casos de narcotráfico, nomeadamente cocaína de origem sul-americana.

A captura há uma semana do antigo chefe de Estado maior da armada, Bubo Na Tchuto, por forças americanas em águas internacionais ao largo de Cabo Verde é uma das provas mais recentes deste contexto.

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