Líder da Renamo ameaça dividir Moçambique
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, numa interacção por teleconferência, com os líderes religiosos baseados em Maputo ameaçou dividir o país se o governo não aceitar a paridade nas forças de defesa e segurança e acusou ainda os líderes religiosos de de serem coniventes com o executivo.
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Foi com um tom de voz agastado que o líder da Renamo, principal força de oposição, ameaçou dividir país em dois, isto se o governo moçambicano não aceitar a paridade nas forças de defesa e segurança. A ameaça não é nova, mas desta vez a mensagem foi enviada para os líderes religiosos baseados em Maputo que ouvir as palavras de Afonso Alabama através de teleconferência.
" Nós estamos cansados e a Frelimo não nos quer ouvir, perguntem ao Guebuza onde é que ele quer colocar os homens da Renamo, ou então vamos dividir isto. O Sudão dividiu-se, a Alemanha Federal com a Alemanha Democrática estavam divididas, Coreia do Norte e Coreia do Sul também, por causa dessas brincadeiras de regimes que maltratavam os outros".
O líder da Renamo justificou ainda os recentes confrontos na estrada nacional nº1 como resposta às incursões das tropas governamentais e responsabilizou as congregações religiosas pela actual situação de tensão político-militar que se vive em Moçambique. "Avisamos que ele está a mandar contingentes mas ninguém ligava, nem vocês os religiosos e agora é que estão a chorar! Vocês também não são sérios".
Apesar do discurso amargo, o presidente do principal partido da oposição diz ser pela paz e aos líderes religiosos deixou um último apelo para que sensibilizem o governo para terminar com acções que prejudiquem o desenvolvimento no país.
Na Irlanda, onde prossegue a visita oficial, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, acusou o líder da Renamo de inventar problemas para satisfazer os seus interesses pessoais à custa dos moçambicanos e disse que os homens armados da oposição "acordam todos os dias para matar os seus irmãos".
Recorde-se que esta semana a Renamo anunciou suspensão do cessar-fogo que tinha anunciado recentemente para travar os confrontos com o executivo moçambicano num conflito que já dura desde há já vários meses.
Mais informação com o nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa.
Correspondência de Moçambique
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