Entendimento à vista entre o governo de Moçambique e a Renamo
Esta segunda-feira decorreu em Maputo a 66ª ronda de diálogo entre o governo moçambicano e a Renamo, principal partido de oposição, as duas partes tendo chegado a um consenso em torno do documento através do qual se vai pôr fim à crise, restando ainda por definir o modo de garantir a sua aplicação.
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De acordo com o chefe da delegação do governo, José Pacheco, o documento contempla o processo de cessação das hostilidades militares, prevendo-se integrar o braço armado da Renamo nas Forças Armadas e no seio da Polícia bem como a inserção social e económica desses combatentes. Ainda de acordo com José Pacheco, a execução desse entendimento deverá ter duração de 90 dias a contar do início da fiscalização dos observadores, a definição deste prazo tendo por objectivo abranger a data das eleições gerais de 15 de Outubro e assim garantir alguma serenidade durante esse período.
Por sua vez, o responsável da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, ao referir-se às garantias para a aplicação desse acordo, mostrou-se optimista afirmando que esses "pequenos aspectos" poderiam ser ultrapassados já na próxima ronda de negociações, na quarta-feira.
Mais informações com Orfeu Lisboa.
Orfeu Lisboa, correspondente da RFI em Moçambique
Esta nova ronda de negociações com uma tonalidade de esperança coincidiu com o fim esta segunda-feira do Ramadão, o mês de jejum dos muçulmanos. Por esta ocasião, o Presidente Armando Guebuza saudou a comunidade muçulmana de Moçambique, enaltecendo o seu "papel na consolidação da paz" no país.
Por seu turno, uma das organizações que representa esta comunidade em Moçambique, o CISLAMO, conselho Islâmico de Moçambique, lançou um apelo à reconciliação entre o governo e a Renamo, tendo formulado votos semelhantes por Israel e a Palestina, conforme disse à RFI, o Sheikh Aminudin Muhammad, presidente do CISLAMO.
Sheikh Aminudin Muhammad, presidente do CISLAMO, entrevistado por Liliana Henriques
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