Massacre em Paris vivido com consternação em Angola e Moçambique
O massacre de pelo menos doze pessoas, entre jornalistas e polícias em Paris num atentado contra o semanário satírico francês "Charlie Hebdo" foi visto como um ataque contra a liberdade de expressão em França e em muitas latitudes do mundo. Cartoonistas e jornalistas da África lusófona expressaram também a sua condenação pelo ocorrido.
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A manhã desta quarta-feira foi particularmente sangrenta na capital francesa quando três homens encapuçados protagonizaram um tiroteio na sede do semanário satírico "Charlie Hebdo" matando 12 pessoas, incluindo 4 caricaturistas.
Os homens em causa gritaram ter vingado o profeta Maomé, antes de se pôr em fuga de automóvel.
As autoridades francesas ainda estão no encalce dos agressores, 3 de acordo com o ministro do interior, Bernard Cazeneuve.
O semanário em causa já estivera no centro de uma acesa polémica por ter publicado caricaturas do profeta Maomé, o que suscitara grandes protestos de sectores muçulmanos hostis às mesmas.
Em 2006 este semanário publicara como outros jornais europeus 12 caricaturas publicadas num órgão dinamarquês Jyllands-Posten, em nome da liberdade de imprensa.
Em 2011, não obstante as ameaças, o semanário francês publicara um número especial intitulado "Charia hebdo" com a manchete de uma caricatura do profeta Maomé hilariante.
Na altura o jornal é destruído por um incêndio criminoso, o governo fala então de "atentado" e aponta o dedo a "muçulmanos integristas".
A última mensagem da revista "Charlie Hebdo" no twitter foi uma caricatura do líder do grupo Estado islâmico Abu Bakr al Baghdadi.
A França decretou um dia de luto nacional para esta quinta-feira, e três dias com as bandeiras a meia haste. O presidente François Hollande prometeu firmeza em relação ao ocorrido.
François Hollande, presidente francês
Um ataque que suscitou condenação mundo fora. Caso em Moçambique de Fernando Gonçalves, editor do semanário Savana , o único jornal africano que publica cartoons... e que em 2006 publicou as caricaturas de Maomé, facto que lhe custou um ataque e o boicote comercial da comunidade islâmica.
Fernando Gonçalves, em entrevista a Isabel Pinto Machado, fala numa situação lamentável e num acto intimidatório contra a liberdade de imprensa.
Fernando Gonçalves, editor do semanário moçambicano Savana
Olímpio de Sousa, cartonista angolano, também em entrevista a Isabel PInto Machado, diz-se muito triste com o sucedido... mas saúda a coragem da redacção do Charlie Hebdo.
Olímpio de sousa, cartoonista angolano
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