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MOÇAMBIQUE

Religiosos de Moçambique criticam postura de líder da Renamo

Os religiosos moçambicanos criticaram o discurso "divisionista" de Afonso Dhlakama. O líder da Renamo continua a contestar os resultados das eleições de 15 de Outubro, ganhas pela Frelimo, ameaçando assumir o controlo das províncias onde ganhou o escrutínio, nas regiões centro e norte.

Afonso Dhlakama, íder da Renamo, em Abril de de 2013
Afonso Dhlakama, íder da Renamo, em Abril de de 2013 AFP FOTO / JINTY JACKSON
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Afonso Dhlakama ainda no sábado num comício em Nampula prometera "criar o governo do centro e norte". 

E isto após as autoridades terem indeferido o seu pedido de criação de um governo de gestão. Uma reclamação que o mentor do movimento da perdiz justificara com as "fraudes" que teriam sido cometidas no último escrutínio.

No dia seguinte, ontem, Dhlakama proíbiu os deputados da Renamo de tomarem posse. 

Estes dispõem até dia 12 do corrente mês para assumirem os seus lugares na nova Assembleia da República, de novo controlada pela Frelimo com maioria absoluta. Caso contrário perderão os seus mandatos.

Numa altura em que, embora descartando qualquer vontade de ir para a guerra, a Renamo alega que se for provocada poderia retaliar.

Posições que levaram a Ordem dos Advogados a denunciar que as declarações de Afonso Dhlakama desafiam a Constituição e que as suas palavras poderiam dar origem a procedimento criminal, por incitação à violência, facto que ocorrera, aliás, com o porta-voz da Renamo, António Muchanga.

Por seu lado os religiosos moçambicanos tomaram posição criticando o discurso "divisionista" do líder do movimento da perdiz.

No momento em que uma mediação fora tentada, precisamente, por clérigos de várias confissões religiosas que se avistaram na semana passada na Zambézia com Afonso Dhlakama.

Amade Camal, coordenador e porta-voz do movimento islâmico de Moçambique, em entrevista a João Matos, alega que as suas reclamações "ultrapassaram o bom senso e a razoabilidade".

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Amade Camal, Coordenador e Porta-voz do Movimento Islâmico de Moçambique

Marcos Macamo, do conselho cristão de Moçambique, em entrevista a João Matos, alega, por seu lado, que é "preciso estar pronto a dialogar a qualquer momento" e que urge "valorizar o líder da Renamo".

 

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Pastor Marcos Macamo, Secretário-geral do Conselho Cristão de Moçambique

 Estas declarações vêm a público no dia em que em Maputo decorreu a 97a ronda negocial entre o governo e a Renamo. Este movimento acusou o executivo de ter viabilizado novas movimentações militares no norte e centro do país.

 

 

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