Angola: FMI recomenda reestruturação da Sonangol
Ricardo Velloso, chefe da missão do FMI para Angola, aconselha a privatização das empresas públicas "insolventes", ou a sua reestruturação no caso da petrolífera estatal Sonangol.
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No final de uma missão que decorreu entre 1 e 15 de Março, o Fundo Monetário Internacional concluiu que a economia angolana "está a observar uma ligeira recuperação económica", estimando um crescimento este ano de 2,2% do Produto Interno Bruto, comparativamente aos 1% registados em 2017, "em resultado de um sistema mais eficiente de afectação de divisas e da maior disponibilidade de divisas devido ao preço mais elevado do petróleo".
"O novo executivo está, correctamente, a concentrar-se na restauração da estabilidade macroeconómica e na melhoria da governação".
Ricardo Velloso, chefe da missão do FMI para Angola
Além disso, as "perspetivas mais favoráveis relativamente ao preço do petróleo oferecem uma oportunidade para reforçar as políticas macroeconómicas e dar um ímpeto renovado às reformas estruturais, permitindo a Angola realizar o seu pleno potencial", enfatizou o economista brasileiro Ricardo Velloso, que chefe da missão do FMI para Angola.
De acordo com as previsões do FMI, a inflação anual deverá permanecer elevada, projetando-se que atinja 24,7% no final deste ano, "reflectindo, entre outros fatores, o efeito da depreciação do kwanza".
"A médio prazo, as perspetivas são de uma recuperação gradual da actividade económica, mas existem riscos, como o declínio dos preços do petróleo e derrapagens na implementação das reformas estruturais necessárias para promover a diversificação económica", alertou Ricardo Veloso.
"Um preço do petróleo mais elevado que o previsto no orçamento [50 dólares por barril exportado] pode resultar em receitas extraordinárias, que devem ser usadas na regularização mais rápida dos [pagamentos] atrasados internos e/ou na diminuição da dívida", aponta o FMI.
No entanto o FMI afastou o cenário de uma reestruturação forçada da dívida pública de Angola, no momento em que a UNITA vai voltar a apresentar a proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito à mesma, rejeitada esta semana pela direcção do parlamento.
Com a colaboração do nosso correspondente em Luanda Daniel Frederico.
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