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Angola

3 taxistas condenados à prisão e 72 soltos após incidentes em Luanda

Compareceram ontem perante a justiça os 75 taxistas que foram presos na sequência dos distúrbios registados na segunda-feira quando estes ultimos estavam em greve para reivindicar direitos sociais e económicos, tendo sido pronunciadas penas de prisão efectiva contra 3 dos réus.

Autocarro do Ministério da Saúde queimado em Luanda, durante a greve dos taxistas desta segunda-feira 10 de Janeiro de 2022.
Autocarro do Ministério da Saúde queimado em Luanda, durante a greve dos taxistas desta segunda-feira 10 de Janeiro de 2022. © LUSA
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O tribunal de Viana, nos arredores de Luanda, condenou 3 dos arguidos a 3 meses de prisão, com pena suspensa, por implicação nos actos de vandalismo e incidentes registados na capital no começo da semana, a justiça tendo decidido libertar os restantes 72 por "insuficiência de provas" do seu envolvimento nos tumultos. De acordo com a defesa dos taxistas, 6 dos réus que acabaram por ser soltos foram todavia condenados ao pagamento de uma multa “por terem impedido colegas de trabalhar" e terem "colocado obstáculos para impedir as viaturas de circular"

A defesa dos taxistas refere ainda que permanece detido o activista Luther Silva Campos “Luther King” que os órgãos públicos acusaram de ter incentivado as arruaças. 

Durante a greve dos taxistas na segunda-feira, a capital angolana foi palco de incidentes, estradas foram bloqueadas em alguns pontos e foram queimados um veículo do ministério da Saúde, bem como um edifício do partido no poder, o MPLA, no distrito de Benfica em Luanda.

Os actos de vandalismo foram condenados pelas associações de taxistas que convocaram a greve e que entretanto acabaram por suspendê-la na terça-feira 11 de Janeiro, sem contudo afastar a hipótese de retomar o movimento no caso de não alcançar acordo com o governo.

Mesma condenação veio do executivo e do partido que o sustenta, bem como da Unita, na oposição, que acabou por ser acusada de estar por trás destes incidentes.

Reagindo ao clima de controvérsia que predomina desde o começo da semana, ontem quatro organizações da sociedade civil, entre as quais a Omunga e a Associação Justiça, Paz e Democracia, publicaram uma nota pública em que teceram um alerta sobre o “ambiente de intimidação, perseguição e agressão” a seu ver protagonizados pela polícia contra os taxistas em greve. Ao condenar os actos de vandalismo registados na segunda-feira, os subscritores desta carta aberta apelaram para que este caso seja esclarecido em justiça e por outro lado, reprovaram a “parcialidade e manipulação” dos órgãos públicos. 

Mais pormenores com Avelino Miguel.

01:28

Correspondência de Avelino Miguel do dia 14 de Janeiro de 2022

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