3 taxistas condenados à prisão e 72 soltos após incidentes em Luanda
Compareceram ontem perante a justiça os 75 taxistas que foram presos na sequência dos distúrbios registados na segunda-feira quando estes ultimos estavam em greve para reivindicar direitos sociais e económicos, tendo sido pronunciadas penas de prisão efectiva contra 3 dos réus.
Publicado a:
O tribunal de Viana, nos arredores de Luanda, condenou 3 dos arguidos a 3 meses de prisão, com pena suspensa, por implicação nos actos de vandalismo e incidentes registados na capital no começo da semana, a justiça tendo decidido libertar os restantes 72 por "insuficiência de provas" do seu envolvimento nos tumultos. De acordo com a defesa dos taxistas, 6 dos réus que acabaram por ser soltos foram todavia condenados ao pagamento de uma multa “por terem impedido colegas de trabalhar" e terem "colocado obstáculos para impedir as viaturas de circular".
A defesa dos taxistas refere ainda que permanece detido o activista Luther Silva Campos “Luther King” que os órgãos públicos acusaram de ter incentivado as arruaças.
Durante a greve dos taxistas na segunda-feira, a capital angolana foi palco de incidentes, estradas foram bloqueadas em alguns pontos e foram queimados um veículo do ministério da Saúde, bem como um edifício do partido no poder, o MPLA, no distrito de Benfica em Luanda.
Os actos de vandalismo foram condenados pelas associações de taxistas que convocaram a greve e que entretanto acabaram por suspendê-la na terça-feira 11 de Janeiro, sem contudo afastar a hipótese de retomar o movimento no caso de não alcançar acordo com o governo.
Mesma condenação veio do executivo e do partido que o sustenta, bem como da Unita, na oposição, que acabou por ser acusada de estar por trás destes incidentes.
Reagindo ao clima de controvérsia que predomina desde o começo da semana, ontem quatro organizações da sociedade civil, entre as quais a Omunga e a Associação Justiça, Paz e Democracia, publicaram uma nota pública em que teceram um alerta sobre o “ambiente de intimidação, perseguição e agressão” a seu ver protagonizados pela polícia contra os taxistas em greve. Ao condenar os actos de vandalismo registados na segunda-feira, os subscritores desta carta aberta apelaram para que este caso seja esclarecido em justiça e por outro lado, reprovaram a “parcialidade e manipulação” dos órgãos públicos.
Mais pormenores com Avelino Miguel.
Correspondência de Avelino Miguel do dia 14 de Janeiro de 2022
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro