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Luanda

Associação denuncia "abuso de poder" na expropriação de famílias que viviam junto a novo aeroporto de Luanda

Em Angola, as autoridades expropriaram 50 famílias que viviam nos arredores do novo aeroporto de Luanda tendo em vista desocupar estes terrenos que vão valorizar com esta nova construção e podendo depois vendê-los a empresas ou para construção privada, denuncia a organização SOS Habitat.

Famílias foram despejadas junto ao novo aeroporto de Luanda
Famílias foram despejadas junto ao novo aeroporto de Luanda © Governo de Angola
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"O que aconteceu não foi uma expropriação, foi abuso de poder das autoridades que futuramente poderão utilizar este espaço já valorizado para colocar as suas infra-estruturas em nome de outros. Tirando as famílias que estavam lá, para colocar outros interesses. E é o mesmo que aconteceu com a Via Expressa, também retiraram os camponeses, que saíram sem nenhuma indemnização e hoje ao longo da Via Expressa encontramos infra-estruturas de outras pessoas", denunciou Rafael Morais, coordenador da organização não-governamental SOS Habitat Angola.

Em entrevista à RFI, o responsável contou que muitas das famílias foram levadas para casas a vários quilómetros de Luanda e que as condições oferecidas às famílias são exíguas.

"São mais de 50 famílias. Pelo menos 12 foram levadas para mais de 90 quilómetros de Luanda, onde receberam casa. As outras famílias foram levadas a 25 quilómetros na zona do Bom Jesus, onde receberam 5 metros quadrados. Digo isto na primeira pessoa porque fui até ao terreno", referiu o dirigente associativo.

Rafael Morais esteve no terreno e verificou as condições de vida dos desalojados e declarou que não houve qualquer mandato de expropriação apresentado pelas autoridades quando demoliram as casas destas famílias em Abril.

"A SOS Habitat está a acompanhar desde o primeiro direito que começaram as demolições  está a acompanhar as vítimas porque foram exactamente surpreendidas pelas autoridades, sem nenhum mandato e sem nenhuma notificação, foram demolidas as suas casas", disse o coordenador da SOS Habitat.

O novo aeroporto de Luanda, que começou a ser construído em 2007, deve estar terminado no primeiro trimestre de 2023, tendo custado cerca de 1,2 mil milhões de euros.

Conferência sobre a paz proibida em Cabinda

Em Cabinda neste fim de semana, Rafael Morais, disse que a atitude das autoridades angolanas ao proibirem a realização de uma conferência sobre a Paz organizada por organização não-governamentais foi "lamentável" e que Cabinda é assolada pela guerra.

Oiça aqui a reacção de Rafael Morais:

00:48

Som Rafael Morais Cabinda 08052022

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