MPLA acusa a Unita de ser "irresponsável" ao pretender destituir João Lourenço
O MPLA reagiu nesta quinta-feira à tarde à iniciativa anunciada na quarta-feira pela Unita no sentido de destituir o Presidente João Lourenço. Em comunicação pública, Rui Falcão, secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, qualificou o principal partido de oposição de "irresponsável" e considerou que ele pretende chegar ao poder "sem legitimação".
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24 horas depois de a Unita ter anunciado que vai apresentar na Assembleia Nacional uma Proposta de Iniciativa para a Constituição de Processo de Acusação e Destituição do Presidente da República, o MPLA convocou a imprensa nesta quinta-feira para dar a conhecer a sua posição. Num comunicado lido por Rui Falcão, secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, o partido no poder referiu que tem vindo a acompanhar a estratégia do principal partido da oposição, “relativamente à tomada do poder fora do quadro institucional e formal, em total desrespeito pelo povo angolano e pela sua vontade soberana” expressada nas últimas eleições gerais do ano passado.
“Com este comportamento irresponsável e antidemocrático” a Unita dá sinais de “pretender assumir uma atitude de ruptura com o diálogo institucional, sobretudo em sede da Assembleia Nacional”, disse Rui Falcão ao sublinhar que depois das últimas presidenciais em que João Lourenço foi reeleito, “a Unita sentiu de forma profunda, o facto de a sua oportunidade de ser poder ter sido adiada por mais cinco anos” e “não hesitou em criar um conjunto de suspeitas para alicerçar o argumento da ilegitimidade da vitória, com o propósito único de impedir o livre exercício do poder pelo MPLA”, sendo que o maior partido da oposição angolana “nunca teve coragem de assumir que o MPLA saiu vitorioso em 143 dos 164 municípios do país e que em dez províncias, o MPLA venceu em todos os municípios”.
Na óptica do bureau político do MPLA, “esta acção protagonizada no sentido de destituir o Presidente da República, sem factos que encontrem fundamento respaldados na Constituição só é possível ser criada por uma organização política, que, consciente da sua notória e cada vez mais evidente incapacidade de conviver numa sociedade democrática e pluralista, não hesita em provocar um ambiente institucional contrário ao que o MPLA, através do seu grupo parlamentar, proclamou ainda há poucos dias, no sentido de um maior diálogo de inclusão no debate político”.
Rui Falcão disse ainda que “face à realidade constatada, a gravidade das acusações e dos actos que têm vindo a ser protagonizados de forma irresponsável pela Unita, contra o Presidente da República, chefe de Estado, Titular do Poder Executivo e Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas, o Bureau Político do MPLA orienta o seu grupo parlamentar a tomar todas as providências para que o parlamento angolano não venha a ser instrumentalizado, para a concretização de desígnios assentes numa clara agenda subversiva, imatura e de total irresponsabilidade política”.
A comunicação do MPLA conclui ainda que “o povo angolano, conhecedor do passado recente e da actual estratégia da Unita, jamais se disponibilizará para a criação de situações que perturbem a paz social, a harmonia e a estabilidade” e apelou “a todos os cidadãos angolanos a manter a serenidade, a coesão e o respeito pela diferença e os seus militantes, amigos e simpatizantes a manterem o alto sentido de vigilância e cerrar fileiras em torno da firme liderança do camarada presidente João Lourenço”.
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