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Futebol/Sem-Teto

Brasil estreia com vitória no Mundial dos sem-teto

A seleção masculina do Brasil venceu por 9 a 2 a Áustria na sua estreia na Copa do Mundo de futebol dos Sem-Teto que teve início neste domingo, em Paris. O país começou assim com o pé-direito a briga para manter o atual título de campeão conquistado na edição do ano passado, no Rio de Janeiro, quando venceu também na categoria feminina.  

A Copa do Mundo de futebol dos Sem-teto começou neste domingo, 21/08/2011, em Paris.
A Copa do Mundo de futebol dos Sem-teto começou neste domingo, 21/08/2011, em Paris. Elcio Ramalho/RFI
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Mais de 500 atletas representando 53 países estão reunidos na capital francesa para a 9ª edição da Copa do Mundo que é realizada todos os anos. As partidas são disputadas em campos de futebol social armados no Campo de Marte, bem ao lado da Torre Eiffel. No futebol social, são apenas quatro jogadores em um campo reduzido, de grama sintética, com 3 na linha e o goleiro. As partidas duram dois tempos de 7 minutos.

Jogador Wanderson da seleção brasileira dos Sem-teto.
Jogador Wanderson da seleção brasileira dos Sem-teto. Elcio Ramalho/RFI

Um dos destaques na primeira partida do Brasil foi o jogador Wanderson, de 20 anos, que marcou 3 gols. “Nó viemos aqui buscar a vitória. Levar esse troféu para lá (o Brasil) é uma responsabilidade nossa porque no ano passado os garotos que competiram foram campeões;” afirma o artilheiro. “A intenção é sempre subir, avançar na vida”, completa o atleta que vive no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro e está desempregado.

Selecionado para o grupo que disputa o Mundial em Paris, Wanderson Junior de Souza está contente por jogar ao lado do monumento mais famoso da França. “É uma coisa incrível e faz bem para o currículo uma viagem à França”, acredita. O jovem desempregado também não esconde a expectativa de ser visto por um “olheiro”, profissional que identifica craques em competições de futebol. “ A primeira (preocupação) é levar o troféu, depois é torcer para que um “olheiro” possa levar a gente para um clube bom, com um salário digno. Seria a melhor coisa neste momento”, diz ele.

Feminino

A seleção brasileira feminina também começou a defesa de seu título neste domingo e tem pela frente como primeira adversária a Argentina. O grupo de garotas entre 18 e 21 anos espera também voltar para o Brasil com o título de bicampeã, e, quem sabe, uma nova orientação na carreira futebolística.

As atletas também sonham em ser “descobertas” na competição e receber convites para jogar no futebol europeu. “É o sonho de todas as meninas aqui. Alguém chegar, ver a gente aqui. Gostaria muito de vir para a Europa porque aqui as mulheres são mais valorizadas”, afirma Luana Nascimento, de 20 anos, que vive em São Paulo.

Jogadora Bruna da seleção brasileira feminina dos Sem-teto.
Jogadora Bruna da seleção brasileira feminina dos Sem-teto. Elcio Ramalho/RFI

Sua companheira de equipe, Bruna Pedrosa, de 19 anos, que mora em um alojamento feminino na capital paulista, também vai jogar com a camiseta da seleção pensando em melhorar de vida e tentar sua chance no cobiçado mercado europeu.

“Pode surgir uma oportunidade de continuar por aqui mesmo, seja no futebol ou em outra coisa. Falaram que tem bastante gente olhando e, quem sabe, uma das meninas dá sorte, não apenas eu, mas qualquer uma que possa ter uma oferta de um clube para jogar por aqui”, diz ela.

Para os organizadores da Copa do Mundo de futebol dos Sem-Teto, o principal objetivo do evento é dar uma imagem positiva, coletiva para os mais desfavorecidos através do futebol. Segundo Mel Young, cerca de 75% dos participantes das 8 edições anteriores do Mundial mudaram de maneira muito significativa suas vidas, seja através do futebol ou de um outro status social adquirido pela experiência esportiva.

Para Alex, treinador da seleção feminina de futebol, a participação no evento e a viagem internacional já promovem uma mudança na visão desses jovens. “Claro que eles vêm aqui para ganhar, mas só de participar, eles já são vitoriosos. Eles mesmos já sentem isso. Só de estarem aqui, conhecer a França, conhecer uma outra cultura, a experiência de conviver com outras nações... para eles já é realizar um sonho”, afirma.
 

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