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BCE/Crise

Banco Central Europeu muda de direção em meio à crise econômica

Após oito anos no cargo, o francês Jean-Claude Trichet entregou nesta segunda-feira a presidência do Banco Central Europeu (BCE) ao italiano Mario Draghi. Antes de deixar o posto, o chefe da instituição alertou para a crise da zona do euro que, segundo ele, ainda não terminou. A ajuda do banco aos países endividados será um dos principais desafios do novo presidente. 

Mario Draghi é conhecido por seu sangue-frio.
Mario Draghi é conhecido por seu sangue-frio. @Reuters
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Em entrevista à imprensa internacional no último dia de seu mandato à frente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet disse que a crise na zona do euro ainda não foi vencida e apontou novamente a responsabilidade dos países-membros na situação difícil da região. “Não é porque o trabalho não foi feito corretamente pelos governos, individualmente ou coletivamente”, que o BCE tem que agir. “Não cabe a nós garantir estabilidade financeira, e sim aos países em questão” disse Trichet. O banco europeu já ajudou Portugal e Espanha, além de socorrer duas vezes a Grécia.

O alerta do francês torna ainda mais difícil a transferência da direção do banco para Mario Draghi. Principalmente após as declarações feitas pelo italiano na semana passada, que teria insinuado que o BCE poderia continuar comprando a dívida dos países em dificuldades.

A ajuda do banco às economias instáveis do bloco será um dos principais desafios do novo presidente, pois o tema divide os líderes europeus. Por essa razão todas as atenções estão voltadas para a primeira entrevista coletiva que Draghi fará na próxima quinta-feira, quando a posição oficial do novo presidente do BCE sobre o assunto deve ser apresentada.

Aos 64 anos de idade, Draghi, pai de dois filhos com uma esposa originária da nobreza de Veneza, é conhecido por sua discrição e seu sangue-frio. Professor de economia em diferentes universidades italianas, ele representou seu país no Banco Mundial entre 1984 e 1990, antes de se tornar diretor-geral do Tesouro italiano, cargo que ocupou durante dez anos antes de ser contratado pelo banco Goldman Sachs. Por ter atuado em governos de esquerda e de direita, sua posição é sempre uma incógnita. Como recentemente, quando apoiou abertamente, para a surpresa de todos, o movimento dos “indignados”.

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