Primeira-ministra francesa vai ter que enfrentar moção de censura

Elisabeth Borne, nova primeira-ministra francesa, vai ter que enfrentar uma moção de censura no parlamento da aliança de esquerda. A chefe do executivo apresentou na câmara baixa, em Paris, nesta quarta, 6 de Junho, as linhas gerais da governação apelando a consensos que inviabilizem a "desordem" e a "instabilidade". Com as eleições legislativas de 12 e 19 de Junho o partido presidencial dispõe apenas de uma maioria relativa pelo que terá que conseguir apoios para fazer votar as suas leis.

Elisabeth Borne, durante o seu discurso de política geral na Assembleia nacional francesa em Paris a 6 de Julho de 2022. REUTERS - BENOIT TESSIER

A primeira-ministra, após se ter dirigido à câmara baixa, a Assembleia nacional, falava também perante o Senado, a câmara alta do parlamento.

Elisabeth Borne lançou um repto ao parlamento para que se construam entendimentos com a oposição, prometendo concertações sobre cada um dos temas que chegarão ao hemiciclo.

Acerca da reforma das pensões a governante confirmou o programa do presidente, Emmanuel Macron, prevendo que os franceses trabalhem até mais tarde, até aos 64 ou, mesmo, 65 anos de idade.

Borne afiançou que o governo quer voltar a nacionalização a companhia de electricidade e prometeu "respostas radicais à urgência ecológica".

A primeira-ministra pormenorizou a reforma do Centro de emprego que se deverá passar a chamar "France Travail" (França Trabalho), dizendo-se esperançosa em que se obtenha neste quinquénio o pleno emprego.

Por ela não ter pedido a votação de uma moção de confiança a aliança de esquerda optou por apresentar uma moção de censura que não deverá ser debatida antes do fim desta semana, ou mesmo início da seguinte, com poucas hipóteses de ser adoptada.