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França

Macron prepara a opinião para novas dificuldades devido ao conflito na Ucrânia

Esta quinta-feira, a França assinala a festa nacional do 14 de Julho, dia de aniversário da tomada da prisão da Bastilha durante a Revolução Francesa de 1789. Depois do tradicional desfile militar em que participaram militares de 9 países do leste europeu, num contexto marcado pelo conflito na Ucrânia, o Presidente Emmanuel Macron deu a primeira entrevista do novo mandato. Ele disse que a guerra veio para durar e que os franceses têm de se preparar para viver sem o gás russo.

Emmanuel Macron durante a sua tradicional entrevista à televisão francesa, no jardim do palácio do Eliseu em Paris, neste dia 14 de Julho de 2022.
Emmanuel Macron durante a sua tradicional entrevista à televisão francesa, no jardim do palácio do Eliseu em Paris, neste dia 14 de Julho de 2022. AFP - LUDOVIC MARIN
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Na tradicional entrevista do 14 de Julho, o Presidente francês tentou preparar os seus concidadãos a novos períodos difíceis devido à guerra na Ucrânia. "A verdadeira mudança destes últimos dias foi a decisão russa de começar a cortar o gás", disse Emmanuel Macron referindo-se à interrupção desde segunda-feira do fornecimento à Europa de gás pela Rússia, num contexto em que do lado dos países ocidentais se multiplicaram as sanções e se expressou a intenção de prescindir do gás russo.

"A Rússia utiliza a energia como utiliza a alimentação, como arma de guerra", explicou Emmanuel Macron ao referir que o verão e o outono vão ser difíceis e que o executivo vai preparar um 'plano de sobriedade'.

"Vamos preparar um plano de sobriedade em que vamos pedir o empenho de cada compatriota", declarou Macron anunciando que este plano de economia de energia vai abranger também todas as entidades públicas, nomeadamente no que tange à iluminação colectiva para fazer frente ao risco de penúria energética.

Nesta 'economia de guerra' que o Presidente francês pretende instaurar, Macron indicou que existe um projecto de apoio ao poder de compra num contexto em que o aumento dos preços tem preocupado a população. "Vamos em direcção de mecanismos que vão estar dirigidos para as pessoas mais desfavorecidas", declarou Emmanuel Macron ao anunciar que está em preparação um projecto de reforma da lei laboral, um texto preconizando nomeadamente um aumento das restrições ao acesso ao subsídio de desemprego.

O Presidente francês martelou ainda, conforme já tinha prometido durante a campanha eleitoral, que pretende fazer passar a idade mínima da aposentação dos actuais 62 para 65 anos no horizonte 2030. Ao dizer que pretende concretizar este projecto dentro de um ano, Macron apelou ao que qualificou de "compromissos responsáveis".

Noutro aspecto, ao ser questionado sobre revelações há dias dando conta da sua proximidade com os dirigentes da plataforma electrónica 'Uber' durante o período em que foi Ministro da Economia, fiel ao seu sentido da fórmula lapidar, o Presidente perguntou se estavam a "brincar com ele" e assumiu esses elos privilegiados referindo "não ter o temperamento de alguém que possa ser influenciado".

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