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#Teatro

Sobe ao palco a 77ª edição do Festival de Avignon

Esta quarta-feira, arranca a 77ª edição do Festival de Avignon, que decorre até 25 de Julho. Pela primeira vez, há um artista não francês aos comandos, o encenador e dramaturgo português Tiago Rodrigues, que desenhou uma programação que tem como “fio invisível” a capacidade dos artistas transformarem a vulnerabilidade humana em invenção de outras formas de se viver. Para o director do festival, Avignon representa o “combate pela liberdade artística”.

Palácio dos Papas, Avignon.
Palácio dos Papas, Avignon. © Christophe Raynaud de Lage / Festival d'Avignon
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É a primeira vez, em 77 edições, que um artista não francês dirige o Festival de Teatro de Avignon e é também a primeira vez em que há uma língua convidada. Desta vez é a inglesa, mas Tiago Rodrigues já prometeu que a portuguesa terá o seu devido destaque numa outra edição.

No cartaz, há 44 espectáculos franceses e internacionais, um terço em estreia mundial. 55% são assinados ou co-assinados por mulheres, duas delas abrem hoje o festival. A primeira é Bintou Dembelé, figura histórica do hip-hop, que, esta tarde, apresenta “G.R.O.O.V.E.”, uma deambulação performance que começa na rua e termina nos dourados da Opera de Grand Avignon. A segunda é Julie Deliquet que leva ao palco da monumental Cour d’Honneur do Palácio dos Papas a peça “Welfare” que conta um dia na vida dos sem-abrigo, dos apátridas, dos trabalhadores, dos pobres que vão a um centro de assistência social.

A linha condutora desta edição é a vulnerabilidade humana e o despertar de consciências. Há os feminicídios e violência contra as mulheres nas obras de Carolina Bianchi e Mathilde Monnier. Há o racismo com os Elevator Repair Service e Rebeca Chaillon. Há a escravatura com a canadiana Emilie Monnet. Há a violência sobre os activistas indígenas com Milo Rau. Há a emigração com Patricia Allio e o trabalho de humanitários em terreno de guerra do próprio Tiago Rodrigues, depois da anulação de uma peça de Krystian Lupa. E há muito, muito mais.

O festival termina a 25 de Julho, na Cour d’Honneur do Palacio dos Papas, com “By Heart”, o espectáculo a solo com que Tiago Rodrigues conquistou França há quase dez anos e com o qual quer agradecer ao público por embarcar com ele nesta nova direcção do mais icónico festival de teatro da Europa. Um espectáculo que também mostra como a memória e a poesia são a melhor arma de resistência contra a opressão. E, sobretudo, um espectáculo que é, para Tiago Rodrigues, “uma espécie de passaporte artístico, mas também pessoal”.

Veja a entrevista a Tiago Rodrigues aqui.

Tiago Rodrigues, Director do Festival de Avignon. Sede do festival, 4 de Julho de 2023.
Tiago Rodrigues, Director do Festival de Avignon. Sede do festival, 4 de Julho de 2023. © RFI/Cyril Etienne

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