Vantagem de Hollande sobre Sarkozy diminui a dois dias de eleição

A campanha presidencial francesa de 2012 termina oficialmente na noite desta sexta-feira. As últimas pesquisas apontam François Hollande vencedor do segundo turno no domingo, com até 53,5% dos votos, mas a vantagem do socialista para Nicolas Sarkozy caiu para no máximo 5 pontos percentuais, quando já chegou a 9% logo depois do primeiro turno.

Tensão na reta final: vantagem de Hollande (e) sobre Sarkozy (d) diminui segundo pesquisas publicadas no último dia da campanha. REUTERS/Eric Feferberg/Pool

A partir das 22h desta sexta-feira, 17h no horário de Brasília, os discursos políticos ficam proibidos assim como a publicação de novas projeções eleitorais. Apesar da vantagem de Hollande, favorito em todas as pesquisas desde o início da campanha, o presidente conservador ainda tem esperança de inverter a tendência. O mistério vai durar até a noite de domingo, já que os institutos apontam 20% de eleitores indecisos.

François Hollande recebeu ontem o valioso apoio pessoal do candidato de centro derrotado no primeiro turno François Bayrou. O centrista não deu recomendação de voto a seus eleitores, mas disse que votará em Hollande por não aceitar o alinhamento antirrepublicano de Sarkozy com a extrema-direita. Diante do abandono, Sarkozy chamou Bayrou de incoerente pelo centrista ter passado a campanha criticando os gastos previstos no programa econômico do Partido Socialista.

Numa busca desesperada por votos, Sarkozy afirmou hoje que se for reeleito anunciará um novo governo em 48h, sem integrantes do partido de extrema-direita Frente Nacional, e sua primeira medida será antecipar o pagamento das pensões dos aposentados do dia 8 para o 1° do mês.

Hollande faz o sprint final da corrida presidencial com uma visita hoje à Lorraine, no leste, região metalúrgica afetada pelo aumento do desemprego. Sarkozy faz seu último encontro público em Sables d'Olonne, no oeste, reduto centrista.

Alemães preferem Sarkozy na presidência

Metade dos alemães torce por um segundo mandato de Sarkozy na França e 55% deles apoiam a política de austeridade fiscal da premiê Angela Merkel, de acordo com uma pesquisa publicada hoje pelo jornal local Die Welt.

Entre os entrevistados, apenas 24% citam François Hollande. Outros 26% não conhecem ou não se interessam pelo assunto. Perguntados sobre qual a política econômica seria mais apropriada para este momento de crise do euro, se seria "manter uma política de austeridade fiscal ou lançar programas de crescimento", 55% respondem em perfeito alinhamento com o rigor de Merkel. Somente 33% declararam preferir os programas de crescimento.

A pesquisa foi realizada com 1.004 pessoas, entre 30 de abril e 1° de maio.