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Estados Unidos/França

Hollande é recebido com honras de chefe de Estado por Obama

Em seu segundo dia de visita oficial aos Estados Unidos, o presidente francês, François Hollande, será recebido nesta terça-feira (11) pelo presidente Barack Obama na Casa Branca com toda a pompa prevista de uma visita de Estado, o que é raro em Washington. Tiros de canhão, reunião no Salão Oval e jantar de gala fazem parte de um cerimonial rigoroso reservado a poucos aliados do governo americano.  

François Hollande e Barack Obama na residência de  Thomas Jefferson, ex-presidente americano.
François Hollande e Barack Obama na residência de Thomas Jefferson, ex-presidente americano. REUTERS/Larry Downing
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A visita de Hollande aos Estados Unidos visa reforçar os laços econômicos e políticos entre os dois países, ressaltados desde as primeiras declarações do socialista francês na sua chegada nesta segunda-feira (10).

“Aliados, nós fomos nos tempos de Jefferson e La Fayette, aliados somos até hoje, amigos nós fomos nos tempos de Jefferson e La Fayette, amigos nós seremos para sempre”, disse Hollande em referência a dois nomes considerados históricos na relação de amizade franco-americana. O presidente francês fez a declaração após a viagem, na companhia de Obama, a bordo do avião presidencial americano Air Force One.

Os dois líderes visitaram a região de Monticello, distante 200 quilômetros de Washington, reduto de Thomas Jefferson, terceiro presidente americano e conhecido pelo interesse que sempre dedicou à França. Jefferson foi uma das testemunhas da Revolução Francesa e um dos grandes responsáveis pela independência dos Estados Unidos.

Nesta terça-feira, às 9 horas pelo horário de Washington, cidade enfeitada com as cores das bandeiras francesa e americana, Hollande será recepcionado com 21 tiros de canhão. Depois de duas horas de reunião no Salão Oval, os dois presidentes concederão uma entrevista coletiva. À noite, um jantar de gala para 300 convidados encerra o segundo dia de visita.

Boas relações

O socialista Hollande é o primeiro presidente francês a ser recebido com honras de chefe de Estado em Washington, depois de Jacques Chirac, em 1996. A recepção com toda a pompa é uma demonstração do apreço de Barack Obama pelo socialista François Hollande e contempla as boas relações atuais entre a França e os Estados Unidos.

Depois de um momento turbulento, provocado principalmente pela oposição de Paris à intervenção americana no Iraque, os dois países mostram a mesma disposição em por um fim à guerra na Síria e impedir o Irã de desenvolver armas atômicas.

Se os Estados Unidos comandam esses dois assuntos, Washington vê com bons olhos e apoia logisticamente a liderança francesa nas intervenções militares em países africanos, como Mali e República Centro-Africana. Os dois dirigentes defenderam em um artigo publicado conjuntamente na segunda-feira, uma “aliança transformada” e a África, do “Senegal à Somália”, é o palco mais visível dessa nova parceria.

Além dos temas internacionais, serão evocados na reunião no Salão Oval, o reforço da cooperação econômica entre os dois países e questões ambientais. No momento em que bate recorde de impopularidade em seu país, Hollande busca dinamizar as relações comerciais da França com os Estados Unidos, que registraram aumento de 13% em 2012.

Mais de 2.700 filiais francesas empregam 500 mil pessoas nos Estados Unidos, enquanto 1.200 empresas americanas estão instaladas em território francês gerando trabalho para 440 mil pessoas. Na quarta-feira, última dia de sua visita oficial, Hollande vai visitar o estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, para promover as start-ups francesas, além de se reunir com dirigentes das gigantes Google, Facebook, Twitter e Mozilla.

Temas sensíveis

Assuntos espinhosos como o esquema de escuta da Agência Americana NSA e a recente missão empresarial francesa no Irã não vão estragar o clima cordial entre os dois presidentes, garantem as duas delegações.

A Casa Branca também já avisou que Obama não vai tocar no assunto que alimenta as manchetes da imprensa americana: a separação de Hollande de sua companheira Valérie Trierweiler. A grande dúvida é quem vai ocupar,  durante o jantar de gala, o assento ao lado do presidente francês que é normalmente reservado à primeira-dama do país homenageado.

 

 

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