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Síria/violência

Exército sírio envia reforços apesar das promessas de retirada

O regime sírio enviou reforços militares para seu exército nesta terça-feira, apesar da promessa de retirada em até uma semana. Washington já havia expressado o temor do aumento das violências nesses próximos dias, depois de ter acusado o regime de Bashar al-Assad de não cumprir sua palavra. Os ataques continuaram em todo o país e fizeram mais dez mortos hoje.

O ministro do Interior sírio, Mohammed al-Shaar (e), durante encontro com o presidente da Cruz Vermelha Internacional, Jakob Kellenberger (d), em Damasco, nesta terça-feira.
O ministro do Interior sírio, Mohammed al-Shaar (e), durante encontro com o presidente da Cruz Vermelha Internacional, Jakob Kellenberger (d), em Damasco, nesta terça-feira. REUTERS/Khaled al-Hariri
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Algumas horas após o anúncio do emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, que o plano de paz deveria começar a ser colocado em prática no país até o dia 10 de abril, intensos combates foram travados nas regiões sul, noroeste e nas imediações de Damasco. Tropas de reforço foram enviadas para a província de Deraa, berço da contestação, e a Zabadani, onde as forças do regime usam a tática do incêndio de moradias, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Um militante de Deraa contou à Agência France Presse que os militares atacam as casas dos civis com o objetivo de destruir as reservas de alimentos. “O exército queima as moradias e elimina as reservas alimentícias das cidades. Os soldados chegam a invadir as padarias e jogar massa de pão na rua”, relatou.

Contraditoriamente, o governo sírio ratificou o apoio à missão do chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jacob Kellenberger que pretende aumentar a ajuda às “pessoas mais vulneráveis” da violência nas regiões críticas do país. O representante encontrou hoje o ministro sírio do Interior, Mohammed al-Shaar. “A Síria continuará fornecendo tudo o que é necessário para a ação da Cruz Vermelha Internacional”, afirmou o ministro sírio das Relações Estrangeiras, Wallid Mouallem, que também participou do encontro com Kellenberger.

10 de abril

A embaixatriz americana da Organização das Nações Unidas (ONU), Susan Rice, estipulou que as forças sírias devem encerrar o uso de armas pesadas e precisam se retirar dos centros urbanos imediatamente. A fim de cumprir o prazo do dia 10 de abril, Rice explicou que o substituto de Annan, Nasser al-Qidwa, pretende convencer a oposição a cessar as hostilidades nas próximas 48 horas. Os rebeldes, no entanto, dizem que só se engajam no cessar-fogo proposto por Annan se os tanques do exército sírio se retirarem das ruas.

Uma equipe da ONU viajará ao país nos próximos dias para preparar um plano de monitoramento do fim das violências. A missão dos “observadores” está no centro de um projeto gerenciado por Washington, Paris e Londres que será iniciado na próxima quinta-feira.

 

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