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Volta de Sarkozy à política inclui projeto de fusão de partidos de direita e centro

A imprensa francesa desta sexta-feira (12) traz detalhes das articulações nos bastidores feitas pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy para voltar ao cenário político. A irritação da Alemanha com o governo socialista de François Hollande que, mais uma vez, não vai cumprir suas metas de reduzir o déficit público, também é destaque nos jornais.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy, em foto de 25 de junho de  2014, em Paris.
O ex-presidente Nicolas Sarkozy, em foto de 25 de junho de 2014, em Paris. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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Ilustrada com uma foto sorridente de Nicolas Sarkozy, o jornal Aujourd'hui en France afirma em sua manchete que o ex-presidente francês quer voltar à política mudando tudo. A começar pelo seu próprio partido, UMP. Segundo o jornal, Sarkozy quer promover uma fusão da direita e do centro, e criar uma nova legenda.

O roteiro para sua volta está pronto, garante o Aujourd'hui en France, que analisa os bastidores de um retorno considerado "iminente". Sinal de que o ritmo para o anúncio se acelera é a presença cada vez maior de câmeras de tevê e jornalistas na frente do imóvel em Paris, onde Sarkozy mantém um escritório particular. Já não há mais dúvidas de que ele vai mesmo sair do seu silêncio a poucos dias de encerrar o prazo, fixado em 30 de setembro, para a inscrição de candidaturas à presidência do partido UMP.

O jornal lembra que Sarkozy havia prometido abandonar a política no dia em que foi derrotado por François Hollande na eleição presidencial de 2012. Segundo o Aujourd'hui en France, Sarkozy "não poderia ter um melhor alinhamento de planetas para anunciar seu retorno".

A metafóra é usada para enumerar alguns problemas enfrentados pelo atual presidente socialista: a esquerda está dividida no país, Hollande bate recordes de impopularidade e os franceses estão revoltados com o pagamento de tantos impostos. "Os partidários de Sarkozy estão eufóricos com sua volta", afirma o jornal.

Franceses e alemães descontentes com Hollande

A Alemanha está descontente com a nova explosão do déficit público francês e exige que o governo socialista de François Hollande acelere algumas reformas, afirma o jornal conservador Le Figaro. Berlim não descarta aplicar contra a França sanções previstas no pacto de estabilidade europeu que vigora na zona do euro.

Nesta semana, o governo francês anunciou que o déficit público do país em 2014 será de 4,4% do PIB, e a França só poderá atingir a meta de 3% exigida pelo bloco em 2017. Irritadíssima, segundo Le Figaro, a Alemanha exige de Paris maior rigor nas suas contas e reformas profundas.

A chanceler Angela Merkel avisou que o respeito às regras deve ser a "marca da zona do euro" e um importante membro do Parlamento alemão estima que esta situação compromete a "credibilidade" da Europa junto aos mercados financeiros.

Previsões otimistas demais

Para o governo Hollande atingir a nova meta de reduzir o déficit para 3% do PIB em 2017, o país precisará crescer 1,7% em 2016 e 1,9% no ano seguinte, escreve o Les Echos. Especialistas consideram essas previsões otimistas demais porque elas dependem de uma conjuntura favorável como uma queda do euro e a retomada da economia mundial.

O diário econômico lembra que o país já registrou crescimento de 2% em 2010 e 2011 e o FMI também prevê um cenário bem parecido com o do governo. De qualquer forma, a França espera que a estagnação da economia dos últimos três anos chegue logo ao fim, afirma Les Echos.
 

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