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Estados Unidos/Iraque

Deputados americanos votam lei para treinar rebeldes na Síria

A Câmara dos Deputados deve votar nessa quarta-feira uma medida para dar ao governo Obama autoridade para treinar e equipar os rebeldes na Síria. Para os EUA, uma parte fundamental da estratégia contra o Estado Islâmico é armar e treinar aqueles que lutam na linha de frente contra os extremistas, incluindo as forças de segurança no Iraque e a oposição na Síria.

Refugiados sírios na fronteira com o Líbano
Refugiados sírios na fronteira com o Líbano REUTERS/Hassan Abdallah
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Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

O Comitê de Serviços Armados da Câmara incluiu no projeto de lei uma alteração exigindo que a administração informe o Congresso 15 dias antes do início do programa. O apoio aos rebeldes sírios se encaixa na estratégia para destruir os extremistas e determina que a cada 90 dias o governo atualize o Congresso sobre o desempenho do programa.

O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, disse que se o objetivo é destruir o Estado Islâmico, será necessário fazer mais do que apenas "treinar algumas pessoas na Síria e no Iraque e soltar algumas bombas".

Mas a legislação deixa claro que o Congresso está autorizando apenas o treinamento de rebeldes sírios e não dando um sinal verde para um uso mais amplo de força militar americana contra o Estado islâmico. O Senado deve votar o projeto até o fim de semana.

Expansão da campanha militar

Como o presidente anunciou na semana passada, o governo americano começou a expandir sua campanha militar contra o grupo. Nessa semana os EUA realizaram pela primeira vez ataques aéreos perto de Bagdá, capital do Iraque.

Nessa terça-feira, também pela primeira vez, um alto oficial americano deixou a porta aberta para um tipo de combate mais arriscado e extenso do que aquele que presidente Barack Obama delineou publicamente na semana passada.

O chefe das forças armadas, general Martin Dempsey, falou durante uma audiência na Comissão de Serviços Armados do Senado que, se for necessário, vai propor ao presidente que os militares - que estão servindo como conselheiros das forças iraquianas - acompanhem missões de combate ao lado dos iraquianos.

A Casa Branca se apressou pra responder que não houve nenhuma mudança na posição do presidente, repetiu que não haverá tropas terrestres e disse que a declaração de Dempesey foi baseada apenas em um cenário hipotético. Obama insiste que essa campanha militar americana é diferente das guerras no Iraque e no Afeganistão.

No total, cerca de 1.600 militares americanos estão no Iraque apoiando forças de segurança iraquianas e curdas com treinamento, inteligência e equipamento. Além disso, os EUA já realizaram mais de 160 bombardeios contra os insurgentes no Iraque e afirmam que os ataques estão degradando a capacidade dos extremistas, encolhendo o territorio que controlam e derrubando algumas de suas lideranças.

O objetivo final dos EUA não é controlar, mas sim destruir o Estado Islâmico - que vem avançando pelo norte da Síria e do Iraque. O secretário de Defesa, Chuck Hagel, disse, durante a audiência no Senado, que “destruir o ISIS vai exigir mais do que os esforços militares, vai exigir progresso político na região, e parceiros efetivos no Iraque e na Síria". Haguel reconheceu que a guerra contra os extremistas não vai ser fácil ou rápida e admitiu que se o Estado Islâmico não for controlado, ele vai ameaçar diretamente os EUA e seus aliados.

A audiência no Senado foi interrompida várias vezes por manifestantes anti-guerras. Muitos gritavam e seguravam cartazes dizendo que "não há solução militar" e que "os Estados Unidos não querem uma guerra."

Pesquisas apontam que cerca de três quartos dos americanos apoiam os ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, mas apenas 38% apoiam combates terrestres – a maioria traumatizada como as Guerras no Iraque e Afeganistão que custaram trilhões de dólares aos cofres públicos e mais de 7 mil vidas de americanos.

 

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