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Guiné-Bissau: Jornalistas vão calar-se 24 horas contra “atentado à liberdade”

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O Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau promete uma “paralisação a nível nacional” de 24 horas, esta semana, para repudiar o ataque à Rádio Capital FM que classifica como “atentado à liberdade de imprensa e de expressão”. O objetivo é também “pressionar as autoridades para prosseguirem com as investigações e apurarem os autores”. Indira Baldé, presidente do Sindicato, avisa que é altura de dizer “Basta” às tentativas de silenciar os jornalistas na Guiné-Bissau.

Rádio Capital FM, uma das mais críticas ao actual executivo na Guiné-Bissau, foi alvo de um ataque na madrugada de 26 de Julho.
Rádio Capital FM, uma das mais críticas ao actual executivo na Guiné-Bissau, foi alvo de um ataque na madrugada de 26 de Julho. © Mussá Baldé
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O objectivo é fazer uma “paralisação a nível nacional” de 24 horas, esta semana, para repudiar o ataque à Rádio Capital FM, um “atentado à liberdade de imprensa e de expressão”, conta à RFI Indira Baldé, a presidente do Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau.

É uma das acções que o Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau vai levar a cabo em solidariedade com os profissionais da Rádio Capital FM, vandalizada na semana passada por pessoas ainda não identificadas. É também uma forma de pressionar as autoridades para prosseguirem com as investigações para apurarem os autores morais e materiais deste acto que consideramos um atentado à liberdade de imprensa e de expressão na Guiné-Bissau”, explica.

Indira Baldé sublinha que “é o momento de dizer ‘Basta’”: “Há uma vontade dos profissionais da comunicação social em aderir a esta iniciativa porque sentiram que a nossa profissão e a nossa vida estão em causa. Então, os profissionais da comunicação social guineense estão mesmo mobilizados para aderir a esta paralisação. É a única forma de manifestarmos o nosso repúdio quanto a este acto que aconteceu com a Rádio Capital FM. Aconteceu com a Capital, não sabemos, daqui a uns tempos, que radio será uma outra vítima, não sabemos quem será a próxima vítima. Então, é o momento de levantarmos e dizermos ‘Basta’.

Esta manifestação vai ter reacção porque o próprio povo guineense sentiu que estão a ser limitados os seus direitos, o direito de expressão. Pensamos que se os profissionais da comunicação social começarem com esta luta, vamos ter a solidariedade do povo guineense porque isso já foi demonstrado no dia em que a Rádio Capital sofreu aquele assalto.”

A presidente do Sindicato de Jornalistas não tem medo que a acção venha a ter represálias porque se está a manifestar o “direito de fazer um jornalismo livre na Guiné-Bissau sem algum condicionalismo”. Perante a crise político-institucional que tem abalado o país, “jornalismo livre” é possível? “Temos que lutar para isso”, responde.

Porém, Indira Baldé admite que o panorama da comunicação social “está a ser um bocadinho difícil”, há medo e autocensura.

O panorama está a ser um bocadinho difícil porque - com as declarações do Presidente da República, há semanas, de avançar com a possível instalação de algum aparelho para controlar as informações via rádio ou online, - algumas pessoas estão com medo. Há algum medo e isto não é bom, é uma forma de intimidar indirectamente os profissionais da comunicação social, é uma forma de tentar criar um sentido de autocensura. Há algum medo de algumas pessoas em fazer o trabalho. Mas vamos lutar. Não há nada que se consegue de bandeja, a vida é uma luta e vamos lutar para isso.

Uma entrevista para ouvir na íntegra nesta edição do programa Convidada.

06:46

Convidada Indira Baldé 03-08-2020

 

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