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Guiné-Bissau/Estados Unidos

Guiné-Bissau: presidente denuncia "falta de respeito" dos Estados Unidos

Guiné-Bissau – A Guiné-Bissau "não é um país traficante", afirmou o presidente guineense Umaro Sissoco Embaló a partir de Lisboa onde cumpria nesta quarta-feira  uma visita de Estado. O líder africano rejeita a medida dos Estados Unidos denunciando tráfico de pessoas no seu país. O presidente americano, Joe Biden, anunciou que iria reduzir ajudas e restringir as relações comérciais com a Guiné-Bissau. Isto para sancionar o Estado por ficar inactivo nessa área. O presidente guineense exigiu "respeito mútuo".

Presidente guineense Umaro Sissoco Embaló em Lisboa durante uma visita de Estado a Portugal, a 26 de Outubro de 2023.
Presidente guineense Umaro Sissoco Embaló em Lisboa durante uma visita de Estado a Portugal, a 26 de Outubro de 2023. LUSA - RODRIGO ANTUNES
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O presidente guineense Umaro Sissoco Embaló, em declarações à agência Lusa, promete para breve uma reacção a nível do Ministério dos negócios estrangeiros sobre o caso e descarta que o seu país seja um Estado falhado.

Na Guiné-Bissau nós não somos traficantes. E nunca a Guiné-Bissau alinhou no tráfico humano. Eu já dei orientações ao ministro dos Negócios Estrangeiros. Haverá alguma reação do Estado da Guiné-Bissau.

00:49

Umaro Sissoco Embaló, presidente da Guiné-Bissau, declarações da agência Lusa, 27/10/2023

No entanto, a Liga dos direitos humanos, num registo da agência Lusa, alega perceber a análise americana sobre o tráfico humano no país. A Liga denuncia há muito casos de crianças levadas para fora do país que acabam na mendicidade. Ou de jovens raparigas aliciadas para redes de prostituição em várias partes do mundo.

Segundo Bubacar Turé, presidente em exercício daquele organismo, nunca houve condenações de suspeitos ou até de pessoas apanhadas em flagrante delito. 

O dirigente da Liga salienta que existe uma lei para proteger os cidadãos deste tipo de tráfico, mas os recursos que deviam ter sido mobilizados para o efeito nunca chegaram a ser implementados.

Esta medida do governo dos Estados Unidos não nos surpreende porque é uma medida que, no fundo, vem provar que a Guiné-Bissau está em falta no que concerna aos seus compromissos internacionais face à promoção e à protecção dos direitos humanos. Neste caso, em concreto, o combate ao tráfico de seres humanos. 

01:05

Bubacar Turé, Liga guineense dos direitos humanos, registo da agência Lusa, 27/10/2023

As sanções dos Estados Unidos decorrerão a partir deste Verão do hemisfério Norte. Dizem respeito a vários programas de ajuda, desde formação militar até promoção da saúde.

Na lista negra norte-americana dos países com medidas insuficientes para travar o tráfico de pessoas, a Guiné-Bissau faz parte dos Estados situados no nivel três; sendo o nivel quatro o mais baixo, ou mais problemático.

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