Moçambique reforça pedido de apoio internacional para Cabo Delgado
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, voltou a pedir aos países da Europa e América apoio humanitário para os deslocados devido à violência armada em Cabo Delgado. A Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade da Assembleia da República de Moçambique constatou que grande parte da vila de Mocímboa da Praia estava tomada pelos insurgentes.
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A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, pediu apoio para os deslocados ade Cabo Delgado ao Corpo Diplomático da Europa e Américas acreditado em Maputo, com quem manteve hoje uma reunião. A ministra descartou a possibilidade da intolerância religiosa ser a causa dos ataques terroristas em Cabo Delgado no norte de Moçambique.
"Lamentavelmente, o número de moçambicanos deslocados continua a subir dias após dias, havendo necessidade de ajuda urgente", declarou a ministra.
O presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade da Assembleia da República de Moçambique, António Boene, reconhece que está instalada uma crise humanitária na região e confirma que o porto e o aeroporto de Mocímboa da Praia continuam nas mãos dos insurgentes.
“Praticamente, já não estava lá ninguém por causa dos confrontos militares que lá ocorrem quase diariamente. E a data em que nós estivemos lá ainda estavam ocupados”, declarou.
Enquanto isso, o Provedor de Justiça, Isaque Chande, lançou hoje um veemente apelo de solidariedade interna e externa para com as vítimas dos ataques terroristas em Cabo Delgado: “No sentido de cada um de nós possamos dar uma singela contribuição para aliviar o sofrimento.”
A província de Cabo Delgado é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas. Estima-se que haja entre 1.000 a 2.000 vítimas mortais e, pelo menos, 435 mil deslocados internos. A capital de Cabo Delgado está desde meados de Outubro a receber uma vaga de deslocados, que viajam em barcos precários para Pemba, devido a novos ataques. No total, segundo dados oficiais, chegaram a Pemba cerca de 11.200 deslocados desde 16 de Outubro e as autoridades municipais alertam para a falta de espaço para receber novas pessoas.
Correspondência de Orfeu Lisboa do dia 6 de Novembro de 2020
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