Moçambique: Frelimo admite necessidade de resposta à dívida
Renamo volta a exigir que o governo responda no parlamento sobre a dívida pública ocultada de cerca de 2 milhões de dólares, Frelimo admite que a rejeição da proposta de discussão se deveu a um "mal entendido".
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A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, que pediu uma investigação criminal, o congelamento das contas bancárias e a proibição de saída do país de todos os visados pelo escândalo financeiro ligado aos mais de dois mil milhões de dívida pública contraída com o aval do Estado entre 2013 e 2014 e ocultados ao parlamento e às instituições intrernacionais, reiterou em conferência de imprensa esta quarta-feira (11/05 depois de o ter feito no início de Abril) que o "governo deve explicar perante a Assembleia da República todos os contornos da dívida", afirmou o seu deputado José Manteigas.
Por seu lado e também em conferência de imprensa Edmundo Galiza Matos Júnior, porta-voz da bancada da Frelimo, partido no poder desde a independência, diz que o seu partido foi "mal-entendido na reprovação da proposta da Renamo sobre a divida pública".
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
Esta dívida que corresponde a mais de 73% do PIB moçambicano em 2015, contraída a favor das empresa EMATUM, Proíndicus e Mozambique Asset Management, vai custar mais de 250 milhões por ano a Moçambique segundo a agência de notação financeira Moody's e segundo o FMI o seu valor total é ainda desconhecido.
Em consequência o FMI, o Banco Mundial, o grupo G14 de doadores responsáveis por 12% do Orçamento Geral do Estado e os Estados Unidos, suspenderam as suas ajudas directas ao governo.
Para a Renamo, que boicotou a sessão parlamentar de segunda-feira passada (9/05) por achar irrelevante a troca de agendas pela comissão permanente da Assembleia da República, que alterou a discussão da dívida pública e a substítuiu pela autorização da visita presidencial a China na próxima semana, é reflexo da falta de vontade da maioria parlamentar, a Frelimo de discutir o problema da dívida.
A Renamo vai participar na próxima sessão parlamentar agendada para 22 de Junho, considerando-a de capital importância.
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