Irã vai construir em 2013 segunda central nuclear no sul do país
O diretor do programa nuclear iraniano, Fereydun Abbassi Davani, anunciou neste domingo na televisão estatal que o governo do Irã vai construir em 2013 uma segunda central nuclear em Buchehr, no sul do país, com capacidade para gerar 1.000 MW (megawatts). A nova usina ficará ao lado da central já existente no local construída em parceria com a Rússia.
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As autoridades iranianas não informaram se os russos também estarão envolvidos no novo projeto, nem a data exata do início das obras. O ano civil iraniano vai de 21 de março de 2013 a 20 de março de 2014.
A central já pronta em Buchehr, também de 1.000 MW, foi inaugurada em 2010 após uma saga de 35 anos de trabalhos várias vezes interrompidos por problemas políticos, técnicos e financeiros. O reator começou a ser construído com tecnologia alemã, mas a Alemanha abandonou o projeto com a Revolução Islâmica de 1979 e a guerra Irã-Iraque a partir do ano seguinte (1980-88). Os russos retomaram as obras em 1995. A usina ainda não opera em sua capacidade máxima, o que só deve acontecer a partir de novembro, segundo as autoridades nucleares iranianas
A construção de um novo reator não é de fato uma novidade, já que nos últimos anos o governo de Teerã vem dizendo que pretende se equipar com um parque nuclear civil de cerca de 20 usinas, capazes de gerar até 20 mil MW de potência.
O diretor Fereydun Abbassi Davani rejeitou mais uma vez o abandono das atividades de enriquecimento de urânio a 20%, como reclamam as potências ocidentais. "Não há razão para cedermos, uma vez que enriquecemos urânio a 20% para suprir nossas necessidades de combustível nuclear", declarou o iraniano. "Queremos dominar o ciclo completo", acrescentou.
O enriquecimento de urânio está no centro das preocupações dos ocidentais pelo possível viés militar do programa nuclear iraniano. Para o funcionamento básico de uma usina nuclear, basta urânio enriquecido a 5%. A 20%, o combustível serve para alimentar reatores de pesquisa. Acima de 90%, o produto pode servir para a fabricação da bomba atômica.
Khamenei defende "democracia islâmica" em mensagem ao novo parlamento
O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, defendeu neste domingo "o conceito de democracia islâmica", que rege a República Islâmica do Irã. O discurso do líder foi lido durante a abertura da nona legislatura do novo parlamento iraniano. Estavam presentes 262 dos 290 deputados recentemente eleitos. Eles juraram seus cargos e designaram uma mesa para dirigir a Câmara até a escolha de seu presidente e dos responsáveis do Conselho de Governo.
Em sua intervenção, Khamenei afirmou que "a nação iraniana manda uma mensagem firme ao mundo (...) de sua vontade de vencer a animosidade dos inimigos e construir um sistema único baseado na Revolução Islâmica".
O presidente Mahmoud Ahmadinejad também se dirigiu à Câmara, dizendo aos novos deputados que "o povo iraniano é o melhor na história e no mundo".
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