Rebeldes sírios atacam aeroporto próximo à cidade de Aleppo

As forças rebeldes bombardearam na manhã desta quinta-feira o aeroporto militar de Menagh, a 30 quilômetros da cidade de Aleppo, a capital econômica síria. É desse local que partem os helicópteros e caças do exército de Bashar Al-Assad que atacam há vários dias essa cidade de 2,5 milhões de habitantes, a segunda maior do país.

Soldado do exército livre sírio dirige tanque capturado pelas forças rebeldes nesta foto do dia 31 de julho, ao norte de Aleppo. REUTERS/Obeida Al Naimi

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, OSDH, principal órgão de oposição ao regime, um tanque capturado em outras operações foi usado na ação. Os rebeldes visam postos do serviço de informação sírio para assegurar o controle da região, considerada como estratégica.

Apenas na quarta-feira, as Nações Unidas, através de sua missão na Síria, reconheceram que os insurgentes estariam em posse de armas pesadas, incluindo tanques. O órgão denuncia o aumento da violência nas últimos dias. Também na quarta-feira, quarenta e três pessoas foram mortas, em outro ataque das forças do governo contra uma cidade próxima à capital Damasco.

A violência vem provocando um êxodo crescente. Milhares de pessoas já deixaram o país rumo à Turquia, ao Líbano, à Jordânia ou à Argélia. Cerca de 1,5 milhão de pessoas estão desalojadas dentro do país, segundo o Centro de Observação dos Deslocamentos Internos, IDMC, baseado na Suíça. Apesar dos riscos para os civis, o Líbano expulsou na quarta-feira 14 sírios, provocam a revolta de organizações em defesa dos direitos humanos.

Responsáveis de segurança libaneses afirmam que a razão da expulsão não é política. Os homens entregues às autoridades sírias seriam procurados pela justiça por crimes comuns. No início de julho, a ONG Human Rigths Watch acusou a Síria de manter dezenas de milhares de prisioneiros submetidos a torturas.

Negociações

Em Nova Iorque, o chefe das operações de paz da ONU, Hervé Ladsous, realiza uma nova reunião sobre a Síria com os membros do Conselho de Segurança, nesta quinta-feira. Em Londres, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, recebe o presidente Russo, Vladimir Putin, principal aliado sírio, em visita a cidade pela primeira vez em sete anos.

Há mais de 16 meses, insurgentes e as forças do governo de Al-Assad se enfrentam provocando a morte de pelo menos 20 mil pessoas, de acordo com os números do OSDH. Três milhões de pessoas no país precisam de alimentos, segundo um novo relatório divulgado pela FAO, braço das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.