Reino Unido diz ter provas que regime sírio prepara uso de armas químicas

O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse neste sábado no Bahrein, onde participa de um fórum sobre segurança regional, dispor de informações de que o regime sírio poderia utilizar em breve armas químicas e biológicas.

O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, participa de fórum sobre segurança regional em Manama, no Bahrein. REUTERS

Em entrevista exclusiva à BBC britânica, Hague evocou "provas". "Estamos muito preocupados", afirmou o ministro, em função de informações compartilhadas pelo governo americano com a Grã-Bretanha.

"Enviamos uma mensagem clara ao presidente Bashar al-Assad para que ele não utilize essas armas", declarou Hague, acrescentando que os Estados Unidos e o Reino Unido elaboraram planos de emergência caso essa advertência for desrespeitada. Interrogado se uma intervenção militar na Síria faz parte desses planos, Hague declarou que essa opção nunca foi excluída embora os Estados Unidos e o Reino Unido prefiram uma solução política ao conflito sírio.

Rebeldes declaram aeroporto de Damasco 'alvo legítimo'

Concentrados nas portas da capital em uma extensa zona que cerca o aeroporto internacional de Damasco, os rebeldes sírios proclamaram o terminal aéreo como "zona militar" e "alvo legítimo", prevenindo as companhias aéreas dos riscos que elas correm com o acirramento dos combates na região. Há uma semana os enfrentamentos entre forças do governo e rebeldes se intensificaram nos subúrbios e bairros da capital.

Reunidos na Turquia, vários grupos rebeldes se dotaram de um comando unificado de 30 membros, que passará a agir como Conselho Militar da nova Coalizão de Oposição Síria.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados revelou hoje que 63 mil sírios fugiram nos últimos meses para o Iraque, a fim de escapar da violência. No total, em 20 meses de repressão contra os rebeldes que tentam derrubar o presidente Assad, o conflito sírio já produziu 460 mil refugiados e mais de 40 mil mortos, segundo a ONU. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, estimou recentemente que o número de refugiados nos países vizinhos pode chegar a 700 mil pessoas em janeiro, devido "ao nível insuportável de brutalidade" da repressão.