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Egito/Crise

Novo governo sem islamitas toma posse no Egito

Os ministros que compõem o novo governo do Egito prestaram juramento no início da noite de terça-feira, quase duas semanas depois do presidente eleito Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, ser destituído pelo exército. Nenhum islamita integra o novo governo composto principalmente por liberais e dirigido pelo economista Hazem Beblawi.

Hazem Beblawi é o atual primeiro-ministro egípcio, após juramento do novo governo nesta terça-feira.
Hazem Beblawi é o atual primeiro-ministro egípcio, após juramento do novo governo nesta terça-feira.
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O primeiro-ministro de 76 anos já havia sido encarregado em 9 de julho pelo presidente interino Adly Mansour de compor o novo gabinete. O chefe do exército, o general Fattah al-Sissi, ocupa o cargo de vice-primeiro-ministro e igualmente o de ministro da Defesa, se destacando com uma das figuras chave no poder.

O membro da oposição e prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, já havia tomado posse no domingo como vice-presidente de Relações Internacionais. Já o novo chefe da diplomacia é Nabil Fahmy, ex-embaixador em Washington, enquanto a pasta de Finança fica com Ahmad Galal, economista com passagem pelo Banco Mundial. Entre os 33 novos ministros estão três mulheres e três membros da comunidade católica egípcia, oposta ao antigo governo islamita.

Segundo o porta-voz do novo governo, pastas ministeriais foram propostas à Irmandade Muçulmana e ao partido salafista Al Nour. Em resposta, a Irmandade declarou que considera a nova formação "ilegítima" e não reconhece sua autoridade.

Após a posse, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, anunciou uma visita na manhã de quarta-feira ao país para pedir “o retorno mais rápido possível à  transição democracia”. Ashton vai encontrar o presidente interino, membros do governo e representante de outras forças políticas e da sociedade civil.

O novo gabinete deve tentar adotar uma nova Constituição e realizar eleições legislativas até 2014, antes de convocar uma nova eleição presidencial. Além do desafio político, os dirigentes terão que enfrentar a grave crise econômica que atinge o país.

Nas ruas do Cairo, os confrontos entre partidários e opositores de Mursi continuam e provocaram ao menos sete mortos e 261 feridos na última madrugada. Cerca de 400 pessoas foram detidas pelas autoridades.

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