Partidários e opositores de Mursi voltam às ruas no Egito

O Egito tem mais um dia de protestos convocados tanto por partidários quanto por oponentes do presidente Mohamed Mursi, deposto pelos militares. Ainda nesta segunda-feira, 15 de julho de 2013, pela primeira vez depois da deposição de Mursi, as novas autoridades egípcias recebem no Cairo a visita de um representante do governo americano, o secretário adjunto de Estado William Burns.

Soldado aguarda pelas manifestações em frente ao palácio presidencial no Cairo neste domingo, 14 de julho de 2013.. REUTERS/Asmaa Waguih

Hugo Bachega, correspondente da RFI no Cairo

O primeiro-ministro interino do Egito, Hazem el-Beblawi, nomeou o economista Ahmed Galal como ministro de Finanças, cuja tarefa será reavivar a economia do país castigada por mais de dois anos de crise política e social. O ex-embaixador do Egito nos Estados Unidos, Nabil Fahmy, será ministro de Relações Exteriores do país.

Mohamed Mursi, primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, foi deposto pelas Forças Armadas do país no dia 3 de julho após protestos que reuniram milhões de pessoas em todo o país.

Neste domingo, o general Abdel Fatah al-Sisi, líder do Exército egípcio, justificou a deposição de Mursi dizendo que o presidente havia perdido a legitimidade após as manifestações.

Mursi tem sido mantido em um local não revelado e incomunicável. Autoridades disseram que o ex-presidente não responde por nenhum crime, mas que estão investigando acusações de espionagem, incitação à violência e má gestão econômica.

O procurador-geral disse ter ordenado o congelamento dos bens de quatorze líderes islâmicos e membros da Irmandade Muçulmana, grupo de Mursi.

Quase duas semanas após a deposição de Mursi, milhares de partidários têm mantido ato em uma mesquita no Cairo exigindo o retorno do ex-presidente.

Nesta segunda-feira, pela primeira vez desde que o presidente eleito foi deposto, um representante do governo americano, o secretário adjunto de Estado William Burns, visita o Cairo.