Oposição síria pode boicotar Conferência se ONU mantiver convite ao Irã
A Coalizão Nacional Síria, a principal organização da oposição, não participará da Conferência sobre o país que começa nesta quarta-feira em Montreux, na Suíça, caso a ONU não retire o convite feito ao Irã. A declaração foi feita nesta segunda-feira (20) por um dos membros do comitê político do CNS.
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Em um comunicado, o representante do CNS, Anas Abdah, exige que a ONU cancele o convite ao Irã ainda nesta segunda-feira.
A coalizão da oposição tem o apoio dos países ocidentais e das monarquias do Golfo, entre eles a Árabia Saudita. O país, aliás, estima que os iranianos não devem participar do encontro.
O motivo é que o governo iraniano não aderiu à declaração final da primeira Conferência sobre a Síria, em junho de 2012, que previa a criação de uma entidade responsável pela transição, dotada de plenos poderes executivos.
"Os iranianos não adotaram essa posição, e isso por si só os impedem de assistir à conferência, principalmente porque eles têm forças militares que combatem para as tropas do regime de Bashar al-Assad", diz um texto publicado na agência oficial saudita SPA.
O governo iraniano aceitou nesta segunda-feira o convite do secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, para participar da reunião, mas recusou qualquer condição, principalmente a criação de um governo transitório, como ressaltou o chanceler Marzieh Afkahm.
"Os acordos precedentes estavam alinhados aos interesses dos estrangeiros e dos grupos reacionários da região. Eles não podem embasar as próximas negociações, e a decisão do povo sírio será determinante", declarou o general Massoud Jazayeri, chefe adjunto das forças armadas iranianas.
EUA espera que ONU retire convite
Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido insistiram nesta segunda-feira na necessidade de Teerã aceitar o acordo adotado em Genebra para participar da reunião. Um responsável americano disse nesta segunda-feira "esperar que a ONU cancele o convite feito ao Irã."
Mas para a Rússia, aliada de Damasco, a ausência do Irã na Conferência seria "um erro imperdoável."
O Ocidente está preocupado com o fortalecimento da Al Qaeda na Síria e julga a participação do Irã no encontro necessária, tanto para combater os jihadistas como para pressionar o regime sírio.
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