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A três semanas do fim das negociações, Israel e Palestina intensificam reuniões

Os negociadores israelenses e palestinos intensificam os encontros sob mediação norte-americana, para tentar destravar as negociações de paz, a três semanas do fim do prazo estabelecido para o processo. Na madrugada de domingo (6) para segunda-feira, a minsitra da Justiça Tzipi Livni, encarregada das negociações pelo lado israelense, e o chefe palestino Saeb Erakat se encontraram com o emissário americano Martin Indyk.

Fotomontagem da ministra israelense da Justiça, Tzipi Livni, e o negociador palestino Saëb Erakat.
Fotomontagem da ministra israelense da Justiça, Tzipi Livni, e o negociador palestino Saëb Erakat. REUTERS/Montage RFI
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"Eles se encontraram para discutir meios de superar a crise nos diálogos. A reunião foi construtiva e séria e as duas partes pediram aos Estados Unidos que organizem outro encontro hoje (segunda) para continuar este esforço", afirmou sob condição de anonimato um alto funcionário americano.

O encontro foi confirmado também por fontes palestinas que, no entanto, não especificaram onde nem quando a conversa deve acontecer. Na manhã de segunda, o Parlamento Israelense, o Knesset, se reuniu em sessão extraordinária para debater o processo de paz.

Raízes do impasse

O impasse começou no dia 29 de março, quando Israel quebrou o compromisso assumido no início das negociações e se recusou a libertar a quarta e última leva de prisioneiros palestinos, exigindo garantias do prolongamento das negociações para além do prazo pré-estabelecido de 29 de abril.

Em resposta, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, assinou as demandas de adesão da Palestina a 15 convenções e tratados internacionais. A condição para que o processo de paz começasse era justamente que Israel libertasse em quatro etapas os 104 palestinos presos antes dos acordos de Oslo em 1993. Em troca, a Palestina se absteria de todos seus pedidos de filiação a organismos internacionais. Com a recusa israelense, os palestinos consideraram o acordo anulado.

Medidas "unilaterais" dos dois lados

Neste domingo (6), o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou tomar "medidas unilaterais" em resposta ao que chamou de "medidas unilaterais" israelenses. Mas, de acordo com a imprensa israelense, Netanyahu não especificou se essa resposta virá no caso de a Palestina der novos passos em direção à comunidade internacional ou se ela virá em retaliação a estes últimos pedidos de adesão.

Um responsável israelense citado pelo site de notícias Walla avaliou que "não é realista exigir que eles (os palestinos) retirem" os pedidos. Até porque "essas convenções não são particularmente importantes", analisou.

Beco sem saída

Entre as sanções que Israel poderia adotar estão a suspensão da autorização para a operadora palestina de telefonia móvel Wataniya de desenvolver sua rede na faixa de Gaza e o aumento das restrições às atividades dos palestinos nos 60% da Cisjordânia ocupada por Tel Aviv. Mas o governo está reticente em impor sanções econômicas reais, com medo que aumente o risco de reações violentas.

Este último impasse cansou até o secretário de Estado norte-americano John Kerry. Na sexta-feira, ele, que prefere os discursos otimistas, admitiu que existem "limites para o tempo e o esforço" que Washington pode reservar ao processo de paz. Principalmente, "se as partes não tiverem interesse em fazer progressos reais".

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