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Rússia/Ucrânia

Vence hoje o ultimato do governo ucraniano aos separatistas

Termina nesta sexta-feira (11) o ultimato que o governo ucraniano deu para os separaristas pró-russos que ocupam prédios públicos em Donetsk e Lugansk, no leste do país. O premiê ucraniano, Arseni Yatseniuk, está hoje na região para dialogar com os separatistas.

Opositores ocupam prédio público em Lugansk, no leste da Ucrânia.
Opositores ocupam prédio público em Lugansk, no leste da Ucrânia. Reuters
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O governo ucraniano está em uma situação delicada. Usar a força contra os manifestantes pode ser arriscado. A Rússia alertou que os ucranianos não deveriam cometer "atos irreparáveis". O presidente russo, Vladimir Putin, aumentou a pressão contra o governo interino da Ucrânia que ele considera ilegítimo.

Putin está cobrando uma dívida de US$ 2 bilhões relativa ao fornecimento de gás russo para o país. Em uma carta endereçada aos líderes europeus, ele pede que o bloco se responsabilize pelo pagamento e faz ameaças.

Aposta arriscada

A Rússia pressiona os ocidentais a pagar a dívida ucraniana do gás, mas sabe que deve usar essa arma com cuidado porque pode perder parte do mercado europeu para outros fornecedores e ainda prejudicar suas negociações para vender gás à China.

Ao mesmo tempo em que enviou a carta com ameaças aos europeus, Putin pediu à companhia russa Gazprom para aguardar o resultado de novas negociações antes de fechar a torneira para a Ucrânia.

Essa disposição do Kremlim de negociar enfrenta, no entanto, a resistência do governo pró-europeu no poder em Kiev, que se recusa a absorver um reajuste de 80% na tarifa do gás e parou de pagar a Gazprom desde o dia 1° de abril.

Usar o gás como meio de pressão se tornou uma aposta arriscada para Moscou. Com o fim do inverno, os ucranianos precisam menos do produto para aquecer suas casas. A União Europeia também está menos vulnerável, por dispor de altos estoques de gás, além de ter se voltado para outros fornecedores, como a Noruega e a Argélia. Em compensação, a Rússia continua extremamente dependente das receitas energéticas para sustentar sua economia.

O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, conversou ontem com o secretário do Tesouro americano, Jack Lew, à margem das reuniões do FMI e do Banco Mundial, em Washington. Ele disse que a Rússia está disposta a participar de um plano de ajuda financeira à Ucrânia junto com o FMI e a União Europeia.

Sentimento antirusso ameaça estabilidade da Europa

O chanceler russo, Serguei Lavrov, declarou hoje à agência Ria Novosti que "a incitação a sentimentos antirussos, num ambiente já conturbado pelo aumento do racismo e da xenofobia em vários países da União Europeia, estimula o aparecimento de grupos neonazistas e ultranacionalistas, tanto na Ucrânia como em outros países do bloco". Para Lavrov, essas tensões "ameaçam a estabilidade europeia".

Rússia, União Europeia, Estados Unidos e Ucrânia vão participar de uma reunião na semana que vem, para tentar superar a crise ucraniana. O chefe da diplomacia russa disse que o encontro é um sinal de abertura dos ocidentais, que estariam dispostos "a ouvir a mensagem que o presidente Putin está enviando aos países que compram gás da Rússia".

Lavrov estima que um recuo da escalada militar iniciada pela intervenção russa na Crimeia, a pior crise desde o fim da Guerra Fria, "é perfeitamente possível". O presidente americano, Barack Obama, tem dito que um novo movimento de tropas rusas no leste da Ucrânia teria como consequência novas sanções econômicas à Rússia.
 

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