Duplo atentado mata mais de cem na Nigéria

Segundo números oficiais, 118 pessoas morreram com a explosão de dois carros no mercado de Jos, na região central da Nigéria, nesta terça-feira (20). A violência se espalha no país apesar da mobilização internacional contra o grupo extremista Boko Haram, rebeldes islâmicos que em meados de abril raptaram mais de duzentas adolescentes de uma escola em Chibok (nordeste).

Mulheres fazem protestos na cidade nigeriana de Abuja, 12/05/14. População exige a libertação das meninas sequestradas REUTERS/Afolabi Sotunde

As autoridades também informaram que outras 56 pessoas ficaram gravemente feridas. A maioria das vítimas eram mulheres, precisou o governo do Estado de Plateau, cuja capital é Jos.

A primeira explosão, provocada por um caminhão, aconteceu por volta de 15h, horário local, no mercado New Abuja. Cerca de 20 minutos depois, uma van foi detonada, atingindo integrantes de equipes de socorro que ajudavam as vítimas do primeiro ataque.

Reação

Criticado pela lentidão e falta de iniciativa diante de um período de tanta violência, o presidente Goodluck Jonathan condenou rapidamente os atentados, “um grave ataque contra a liberdade humana”, cometida por homens “cruéis e diabólicos”.

O Estado de Plateau marca a fronteira entre o sul cristão e o norte majoritariamente muçulmano do país mais povoado da África e primeira potência econômica do continente. A região já foi palco de muitos incidentes intercomunitários de extrema violência, além de ataques do Boko Haram.

Os dois atentados desta terça-feira ainda não tinham sido reivindicados até meia-noite de quarta-feira. Em um mês, duas explosões com carros-bomba provocaram quase cem mortos em Abuja, capital federal (a 300km a sudoeste de Jos). Um dos ataques foi reivindicado pelo Boko Haram, que organiza ações violentas desde 2009.

Comunidade internacional

O Pentágono informou nesta segunda que os Estados Unidos e a Nigéria chegaram a um acordo durante o final de semana a respeito do compartilhamento de informações coletadas durante voos de vigilância e de drones americanos no nordeste do país africano. A polícia nigeriana anunciou que vai investigar ações de internautas para tentar evitar novos ataques.

O governo de Abuja pediu à ONU a inclusão do Boko Haram na lista de organizações consideradas terroristas, assim como a adoção de sanções contra o grupo por causa dos laços com o grupo Al-Qaida.