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EUA/Estado Islâmico

EUA sobrevoarão a Síria para preparar ataques contra jihadistas

Drones e aviões espiões norte-americanos sobrevoarão o território sírio para preparar eventuais ataques aéreos contra o Estado Islâmico, informou um alto funcionário americano. Desde 8 de agosto, Washington já bombardeou mais de 100 vezes o grupo ultrarradical no Iraque, mas o avanço da rebelião e a decapitação do jornalista americano James Foley por jihadistas na semana passada devem fazer os Estados Unidos expandirem a área de combate.

Com faca na mão, jihadista comemora tomada do aeroporto de Tabqa no domingo
Com faca na mão, jihadista comemora tomada do aeroporto de Tabqa no domingo REUTERS/Stringer
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Nesta segunda-feira (25), Damasco se disse pronta a cooperar com a comunidade internacional, mas afirmou que qualquer ataque em seu território deve ser combinado com o governo de Bashar al-Assad. Caso contrário, será considerado uma "agressão".

Isso coloca os Estados Unidos em uma posição desconfortável do ponto de vista diplomático, já que, há quase quatro anos, o ocidente pede a queda do regime de Damasco. Desde 2011, o governo reprime com mão de ferro um movimento de contestação que virou guerra e tem contornos cada vez mais complexos.

Combate na Síria é inevitável

De acordo com o chefe do Estado Maior das Forças Armadas americanas, o general Martin Dempsey, o "Estado Islâmico é uma ameaça regional que, em breve, se tornará uma ameaça para os Estados Unidos e a Europa". Em entrevista concedida nesta segunda-feira, ele fez uma pergunta retórica: "Eles podem ser destruídos sem atacar a parte da organização que atua na Síria? A resposta é não".

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que o presidente Barack Obama "ainda não tomou uma decisão" sobre eventuais bombardeios na Síria. Mas na semana passada, logo depois da morte do jornalista, o Executivo deixou claro que poderia atacar o território sírio à revelia de Damasco, como já fez no passado. "O fato de termos um inimigo em comum não faz com que estejamos do mesmo lado", afirmou a porta-voz do departamento de Estado, Jennifer Psaki.

Cooperação internacional

Mas, para o jornal sírio al-Watan, próximo do regime, a execução de James Foley "mostra a necessidade de restabelecer o diálogo com Damasco". Na edição desta terça-feira, o diário estima que "estabelecer uma coalizão internacional contra o terrorismo pode ser uma opção obrigatória (...), ainda que os contornos dessa cooperação não estejam claros".

Ontem, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, acusou o Estado Islâmico de cometer "terríveis violações dos direitos humanos" e de promover uma "limpeza étnica e religiosa" nos territórios sob seu controle. Ela pediu ainda que a comunidade internacional não deixe esses crimes impunes.

Iraque sob atentados

Na Síria, os jihadistas obtiveram uma vitória importante no domingo (24) ao tomar o aeroporto de Tabqa, última posição do regime al-Assad na província setentrional de Raqa. Mas, do outro lado da fronteira, as forças curdas e iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos têm recuperado territórios. Nesta segunda-feira, eles retomaram três cidades a nordeste de Bagdá, na província de Diyala, além de uma das principais estradas controladas pelo Estado Islâmico.

O país tem sofrido com seguidos atentados terroristas nos últimos dias, que visam principalmente mesquitas. Na manhã desta terça-feira, mais um carro-bomba explodiu no meio de uma avenida lotada no leste de Bagdá. Ao menos 10 pessoas morreram.
 

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