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Extremismo/Nigéria

Grupo terrorista Boko Haram sequestra 185 mulheres e crianças na Nigéria

O grupo terrorista Boko Haram matou 32 pessoas e sequestrou pelo menos 185 em um vilarejo do nordeste da Nigéria, mesma região em que os extremistas islâmicos haviam capturado, em abril, 219 meninas que até hoje não foram encontradas. O ataque ocorreu no domingo (14), mas foi noticiado apenas nesta quinta-feira (18) porque a localidade - Gumsuri, 70 quilômetros ao sul de Maiduguri, capital da província de Borno - não possui rede telefônica, e as estradas estão em péssimas condições.

Cruz Vermelha distriui alimentos a vítimas do Boko Haram no campo de Dawaki, em 16 de dezembro.
Cruz Vermelha distriui alimentos a vítimas do Boko Haram no campo de Dawaki, em 16 de dezembro. REUTERS/Stringer
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Militantes do grupo Boko Haram chegaram em comboio ao vilarejo e jogaram coquetéis molotov e gasolina sobre as casas, ao mesmo tempo em que atiravam nos habitantes. Gumsuri contava com uma milícia local para sua proteção, mas ela não resistiu ao ataque.

“Depois de matar os jovens, eles levaram as mulheres e meninas”, disse um habitante, Mukhtar Buba. Segundo uma lista de nomes feita pela comunidade, também há meninos entre os 185 sequestrados. Os terroristas teriam colocado os reféns em um caminhão e os lavado para a floresta de Sambisa, um de seus refúgios – mesmo local para onde as meninas de Chibok foram levadas em abril, antes de serem separadas em grupos menores.

Ataques diários

O novo sequestro demonstrou a fragilidade do exército nigeriano, que é mal equipado e em número pequeno para proteger a região que se tornou palco de ataques quase diários dos extremistas, que dizem querer implantar um “califado islâmico”.

O presidente Goodluck Jonathan, candidato à reeleição em 2015 e muito criticado pela falta de reatividade no sequestro em massa de Chibok, prometeu colocar fim à violência e retomar as cerca de 20 cidades controladas pelo Boko Haram.

Embora o sequestro das 219 meninas de Chibok tenha ficado famoso, em parte devido à campanha nas redes sociais Bring Back Our Girls (Tragam nossas meninas de volta), o rapto de mulheres por grupos islâmicos é relativamente frequente nesta região da Nigéria – o país mais populoso da África.

As mulheres e meninas costumam ser utilizadas como escravas sexuais ou em serviços domésticos nos campos do Boko Haram, além de serem utilizadas na primeira fileira dos combates, segundo um relatório da organização Human Rights Watch.

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