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PORTUGAL

Incerteza em Portugal depois das legislativas

A vitória, com maioria relativa, da coligação de direita PSD/CDS-PP nas eleições legislativas deste domingo abre um novo capítulo com contornos indefinidos em Portugal. O Bloco de esquerda e a CDU, garantiram ir inviabilizar a tomada de posse de um governo da coligação mais votada.

O primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho após o escrutínio de 4 de Outubro de 2015.
O primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho após o escrutínio de 4 de Outubro de 2015. REUTERS/Juan Medina
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Enquanto isso o líder dos socialistas, António Costa, grande derrotado do escrutínio, alegou que não se demite.

A coligação PSD/CDS-PP obteve 36,8% dos votos.

O primeiro-ministro cessante, Pedro Passos Coelho, lamentou a perda da maioria absoluta de que dispunha na Assembleia da República, mas garantiu respeitar a decisão popular.

A questão que se coloca é qual o parceiro que a coligação conseguirá mobilizar para viabilizar um governo com maioria sustentável no parlamento.

O seu aliado, Paulo Portas, do CDS-PP, criticou o desempenho eleitoral do Partido socialista, a segunda força mais votada, que se ficou pelos 32,8% dos votos.

Por seu lado o Bloco de esquerda obteve pouco mais de 10%, resultado inédito para o movimento, enquanto a CDU (Coligação democrática unitária, reunindo o Partido comunista e "Os Verdes") se ficou pelos 8,2%.

Registo ainda para o PAN (Pessoas, animais, natureza) conseguir pela primeira vez eleger um deputado no parlamento, obtendo 1,39% dos votos.

A abstenção cifrou-se em 43%, ficando ainda por determinar quatro deputados eleitos pela diáspora.

A coligação cessante, mentora da política de austeridade em Portugal, que se traduziu na aplicação de um programa de resgate negociado com a troika (FMI, Banco central europeu e União Europeia) e que se traduziu em importantes cortes salariais, de feriados ou no aumento da carga fiscal acabara por provocar um incremento importante da emigração, na sequência de níveis históricos de desemprego.

Portugal acabou no ano transacto a aplicação desta programa de resgate e vive actualmente uma retoma económica ainda frágil.

A reeleição da coligação de direita era prevista pelas sondagens, mas gera alguma perplexidade junto de observadores da situação em Portugal devido aos sacrifícios que o governo cessante exigira da população.

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