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NOBEL DA PAZ

Nobel da Paz para Quarteto para Diálogo na Tunísia

O Prémio Nobel da Paz 2015 foi atribuído ao Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia pela sua contribuição para a transição democrática desde a revolução de 2011. Para trás ficaram os nomes do ginecologista congolês Denis Mukwege, do Papa Francisco ou da chanceler alemã, Angela Merkel.

Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, a 21 de Outubro de 2013 durante uma conferência de imprensa, em Tunis, na Tunísia.
Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, a 21 de Outubro de 2013 durante uma conferência de imprensa, em Tunis, na Tunísia. REUTERS/Anis Mili
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O Prémio Nobel da Paz 2015 foi atribuído ao Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia pela sua contribuição para a transição democrática desde a revolução de 2011. O Comité Nobel Norueguês lembrou que o Quarteto foi formado em 2013 e que “foi um instrumento essencial para permitir que a Tunísia, no espaço de poucos anos, constituísse um sistema constitucional de Governo, garantindo os direitos fundamentais para toda a população, independentemente do género, convicção política ou crença religiosa”.

O Quarteto integra a União Geral dos Trabalhadores da Tunísia, a Confederação de Indústria, Comércio e Artesanato da Tunísia, a Liga dos Direitos Humanos da Tunísia e a Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia.

O Comité Nobel Norueguês sublinhou que a "Primavera Árabe" começou na Tunísia com a revolução que levou à queda do presidente Zine el Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011, espalhando-se rapidamente a outros países norte-africanos e do Médio Oriente.

 

Uma excepção no pós-Primavera Árabe?

O comité Nobel destacou o papel da Tunísia na transição democrática, ainda que a Primavera Árabe tenha degenerado em várias guerras e instabilidade. O Egipto voltou a ser liderado com uma mão de ferro depois do exército ter retomado o poder e deposto o presidente democraticamente eleito Mohamed Morsi; a Líbia, o Iémen e a Síria mergulharam em intermináveis guerras civis.

Sandra Dias Fernandes , diretora do curso de Relações Internacionais da Universidade do Minho, em Portugal, considera que o prémio é "um símbolo político" e que se "relaciona com a evolução dos países que viveram as chamadas Primaveras Árabes", lembrando que "em termos de democratização, estabilidade e segurança dos Estados que passaram pela revolução árabe, há um balanço muito mitigado e até negativo".

"O Quarteto teve um papel fundamental para garantir a consolidação de um modelo de governo constitucional na Tunísia depois da transição iniciada em 2011", explicou, precisando que o Quarteto mostrou "obra feita no âmbito de pacificação, direitos humanos, liberdades, mas ainda há obra por fazer".

Por isso, completou, "o Nobel aqui conjuga esses dois objectivos: chamar a atenção para algo que ainda deve ser apoiado mas também premiar uma obra que já esteja feita".

02:10

A análise de Sandra Dias Fernandes

 

No total, 273 personalidades e ONG’s tinham sido retidas como candidatas ao Nobel da Paz, dotado de uma recompensa de oito milhões de coroas suecas (858.000 euros).

Para trás ficam os nomes do ginecologista congolês Denis Mukwege pela ajuda às vítimas de violência sexual e já galardoado com o prémio Sakharov no ano passado; do padre eritreu Mussie Zerai; do Papa Francisco; da chanceler alemã Angela Merkel; do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e do presidente da câmara da ilha italiana de Lampedusa Giusi Nicolini, entre outros.

 

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