Coreia do Norte reivindica teste de bomba de hidrogénio

A Coreia do Norte reivindicou ter realizado um teste de uma bomba de hidrogénio, uma bomba que seria bem mais potente do que a arma atómica, um anúncio que gerou porém muito cepticismo.

Numa loja de televisores de Seul (Coreia do Sul), imagens de uma possível explosão de uma bomba H pela Coreia do Norte, 6 de Janeiro de 2016 REUTERS/Kim Hong-Ji

O secretário-geral da NATO, Jens Soltenberg, condenou em comunicado o "desenvolvimento contínuo de armas e de programas de mísseis balísticos pela Coreia do Norte, bem como a sua retórica ameaçadora".

Este anúncio de uma bomba H ocorreu a dois dias do aniversário do dirigente supremo Jong Un.

Estas bombas seriam bem mais potentes do que as A, como as que foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki no Japão.

Este dito teste faz com que o Conselho de Segurança da ONU planeie realizar uma reunião de emergência esta quarta-feira.

Entretanto o Japão e os Estados Unidos enviaram aviões de reconhecimento para uma zona próxima da península coreana para medir a radioatividade no ar, depois de Pyongyang ter anunciado o seu primeiro teste de uma bomba de hidrogénio.

A França também condenou o teste nuclear da Coreia do Norte, considerando-o uma «violação inaceitável» das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e apelou a uma «reação forte da comunidade internacional».

No entanto há quem ache que este teste não é real. O deputado sul-coreano Lee Cheol disse à agência de notícias do país, a Yonhap, que as afirmações da Coreia do Norte não são exactas. O exército sul-coreano é da mesma opinião, de acordo com a agência.

Ouça a Crónica sobre o teste de uma bomba de hidrogénio na Coreia do Norte.

01:22

Crónica de Marco Martins

Ouça a entrevista de Miguel Santos Neves, especialista da Ásia no Instituto de altos estudos estratégicos e internacionais de Lisboa, que comenta o alegado teste de bomba de hidrogénio por parte da Coreia do Norte.

"Em termos históricos desde 2006, é o quarto ensaio feito pela Coreia do Norte. Eles têm demonstrado alguma evolução no ponto de vista tecnológico. Mas neste momento ainda é cedo porque têm que ser recolhidos dados e provas, por especialistas e por organizações, que poderão efectivamente comprovar as alegações de Pyongyang, se são verdadeiras ou se estamos perante uma operação de marketing (...) O que está aqui em causa é a possibilidade nesta perspectiva de poder vir a atingir o território americano. Até agora essa questão estava afastada do ponto de vista tecnológico, e se isto for verdade (...) essa possibilidade poderá agora surgir como uma realidade", Miguel Santos Neves.

01:09

Miguel Santos Neves 06.01.2016