ONU assina tratado simbólico que proíbe armas nucleares
Cerca de cinquenta países, numa lista encabeçada pelo Brasil, começaram hoje a assinar um tratado que pretende banir a arma atómica. Um acto simbólico uma vez que as grandes potências boicotaram o texto que também já foi condenado pela NATO.
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O texto, elaborado em apenas alguns meses, foi adoptado em Julho por 122 países e deverá entrar em vigor depois de ser assinado por 50 Estado membros. Esta quarta-feira o chefe de Estado do Brasil, Michel Temer, foi o primeiro a assinar o texto e deve ser seguido pelos restantes países.
Nenhuma das nove potências nucleares - Estados Unidos, Rússia, China, Índia, Paquistão, Israel, França, Reino Unido e Coreia do Norte - deve assinar este tratado. Os países da NATO também se distanciaram deste texto, assim como o Japão que foi o único país alvo de um ataque de bomba atómica, em 1945.
Nos últimos meses, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, criticaram por diversas vezes esta iniciativa, citando mesmo a crise na Coreia do Norte como um exemplo do contexto de segurança que torna as armas nucleares indispensáveis.
A NATO já veio lamentar a adopção deste texto que "ignora" a complexidade das ameaças que pesam sobre a segurança mundial.
Para Rogério Leitão, politólogo português, a solução é o desarmamento total, no entanto explicou-nos o porquê das dificuldades da ONU em impor esta decisão.
Rogério Leitão, politólogo português
O Tratado para Proibição de Armas Nucleares impede que os estados (que ratificaram o documento) desenvolvam, testem, produzam, adquiram, possuam ou armazenem armas nucleares ou qualquer outro dispositivo nuclear explosivo.
A conferência para negociar o texto foi proposta pelo Brasil, África do Sul, Áustria, Irlanda, México e Nigéria, no fim de 2016.
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