Ofensiva turca suscita "preocupação" do Conselho de Segurança
Após reunir-se hoje a pedido dos países europeus para evocar a ofensiva turca no norte da Síria, os membros do Conselho de Segurança da ONU adoptaram por unanimidade uma curta declaração dando conta de algum receio face ao risco de dispersão dos jihadistas até agora prisioneiros no nordeste da Síria e expressando igualmente "uma grande preocupação" face à eventualidade de uma deterioração acrescida da situação humanitária naquela região, sem contudo condenar a ofensiva turca ou apelar à sua interrupção.
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Logo depois desta reunião, os países europeus com assento no Conselho de Segurança (Alemanha, Bélgica, França, Reino Unido e Polónia) emitiram uma declaração sublinhando a necessidade "imperativa" de se garantir que os jihadistas não possam fugir e "juntar-se a grupos terroristas". Por sua vez, Kelly Craft, embaixadora americana junto da ONU, reiterou que o seu país reclama o fim da ofensiva turca e um cessar-fogo imediato.
Esta é também em substância a mensagem que Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos, deveria transmitir amanhã quando se avistar em Ancara com o Presidente Turco, Recep Erdogan.
Poucos dias depois da Casa Branca ter ordenado a retirada das tropas americanas do norte da Síria deixando o campo livre para a ofensiva turca, Donald Trump prometeu "sanções devastadoras" sobre a Turquia e deu mandato ao seu vice-presidente para arrancar uma trégua. Contudo, o presidente americano não deixou igualmente de declarar que "se a Turquia vai à Síria, é um assunto entre a Turquia e a Síria, não é problema dos americanos" e que "os curdos não são anjos".
O certo é que antes mesmo do seu encontro com Mike Pence, o presidente turco não parece estar disposto a fazer concessões. Ao exigir hoje que os combatentes curdos deixem as armas e se retirem do norte da Síria, Erdogan recusou o apelo ao cessar-fogo lançado pelos americanos.Mais pormenores aqui.
Ofensiva turca suscita "preocupação" do Conselho de Segurança
Refira-se que no espaço de uma semana de ofensiva, a Organização Síria dos Direitos Humanos já contabilizou a morte de 71 civis, 158 combatentes curdos e de 128 combatentes pro-turcos. Ancara por sua vez, reconheceu ontem a morte de seis soldados e de 20 civis, as Nações Unidas referindo por sua vez que este conflito provocou o êxodo de 160 mil pessoas no norte da Síria.
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