OMS declara emergência de saúde internacional
A Organização Mundial da Saúde qualificou ontem a epidemia do coronavírus estado de emergência de saúde internacional. A OMS opôs-se porém a todas as restrições de viagens e trocas comerciais com a China.
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O director geral da OMS anunciou a decisão depois da reunião do comité de urgência da organização em Genebra.
Tedros Adhanom Ghebreyesus declarou que se trata de uma epidemia sem precedentes que se propagou nas últimas semanas.
« Deixem-me dizer-vos claramente, esta declaração não é um voto de censura para com a China. A nossa principal preocupação é a possibilidade do vírus se expandir para países com sistemas de saúde mais frágeis», declarou.
O último balanço aponta para mais de 200 mortos e o número de infectados em todo o mundo está próximo dos 10 mil.
A epidemia do coronavírus que surgiu em Wuhan está agora a expandir-se fora da China, são já mais de 20 os países a serem atingidos pelo coronavírus. O Reino Unido e a Itália confirmaram hoje os primeiros casos diagnosticados com a epidemia.
À medida que o vírus avança, várias companhias aéreas decidiram suspender ou reduzir os seus voos para a China.A Organização Mundial de Saúde não pode sancionar os Estados, mas opôs-se porém a todas as restrições de viagens e trocas comerciais com a China.
Caso ‘suspeito’ em Angola
Em Angola, há um caso ‘suspeito’ de coronavírus. Para Javier Aramburu, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, todas as medidas estão a ser tomadas para evitar a introdução do vírus no país. No que diz respeito ao caso suspeito, é necessária uma confirmação proveniente da África do Sul para onde foi uma amostra do paciente chinês internado em Luanda na Clínica Girassol.
Javier Aramburu, representante da OMS em Angola
Javier Aramburu, representante da OMS em Angola: "Neste momento é um caso suspeito que precisa de uma confirmação. Tem um antecedente que é o facto de ter viajado a partir da China, mas como afirmou a Ministra, estamos à espera de uma confirmação do laboratório de uma amostra que foi enviada. O paciente está isolado, com cuidados necessários para garantir que não vai, se ele está infectado, transmitir a doença. É um assunto muito simples, é uma doença nova e o número de laboratórios que podem tratar esta amostra em África, encontra-se na África do Sul, que tem capacidade para fazer os testes e confirmar amostras desta doença. Este não é um problema apenas para Angola, mas para vários países em África e a nível global. Neste momento é o único caso em que os dados são compatíveis com a doença, e que respondem aos critérios definidos pela OMS. Estamos a tomar medidas de isolamento, e de contenção para evitar qualquer tipo de alastramento. O apoio técnico está a ser fornecido com indicações técnicas claras, que orientam o que tem de fazer o Governo em diferentes áreas, como as portuárias e aeroportuárias. Também temos de melhorar a prevenção a nível hospitalar. Estamos neste momento com quase dois dias de trabalho intenso para terminar o plano e também implementar as atividades prioritárias", concluiu.
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