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Estados Unidos/Segurança Aérea

Donald Trump anuncia retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos

O Presidente Donald Trump, anunciou na quinta-feira a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos, assinado com a Rússia e outros 33 países, acusando Moscovo de o violar, os embaixadores da NATO foram convocados de emergência esta sexta-feira.

Presidente Donald Trump anuncia retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos ou Open Skyes, acusando a Rússia de o violar.
Presidente Donald Trump anuncia retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos ou Open Skyes, acusando a Rússia de o violar. REUTERS - LEAH MILLIS
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O presidente Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (21) a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos, imaginado em 1992 e ratificado pelos Estados Unidos em 1993 e pela Rússia em 2001 e em vigor desde 1 de Janeiro de 2002, acusando Moscovo de violar os termos do mesmo.

Segundo o chefe da diplomacia norte-americana Mike Pompeo, Washington vai informar Moscovo desta decisão esta sexta-feira (22/05) no mesmo dia em que os embaixadores dos países-membros da NATO foram convocados para uma reunião de emergência, para analisar as consequências desta decisao, que deverá ser efectiva dentro de seis meses.

Dez países europeus entre os quais a França e a Alemanha manifestaram já a sua preocupação face a esta decisão

"A Rússia não aderiu ao tratado..até que eles adiram, nós retiramo-nos" disse Donald Trump aos jornalistas, mas depois da Rússia ter afirmado que esta retirada é um "golpe não apenas para a segurança europeia, mas também para os instrumentos militares de protecção e segurança dos próprios aliados dos Estados Unidos", como afirmou o vice-ministro russo das Relações Exteriores Alexandre Grouchko, Trump mostrou-se mais moderado e afirmou que poderia "rever a sua decisão, caso a Rússia volte a cumprir integralmente o acordo".

Por sua vez o porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, afirmou que a Rússia "viola descaradamente suas obrigações...executa o tratado de uma maneira, que contribui para ameaças militares contra os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros" afirmou Hoffman, referindo a recusa da Rússia em permitir voos sobre áreas onde Washington acredita que esse país esteja desenvolvendo armas nucleares de médio alcance, incluindo a cidade de Kaliningrado, no Mar Báltico e também perto da fronteira Rússia-Geórgia.

Este acordo em vigor desde 2002, destinado a promover a confiança mútua entre os 35 Estados signatários dos acordos da Conferência sobre a Segurança e Cooperação na Europa, permite sobrevoar mediante um "breve aviso" os respectivos espaços aéreos, para verificar as movimentações militares verificar e as medidas de controlo de armamento entre os países.

O acordo, firmado para melhorar a transparência e a confiança entre as partes, permite aos signatários realizar um número determinado de voos de reconhecimento por ano, com apenas um breve aviso, baseado na ideia da confiança mútua para reduzir as chances de conflito, mas as partes também usam os voos para examinar as vulnerabilidades de seus opositores.

Segundo o New York Times responsáveis norte-americanos afirmam que os russos estão a realizar voos de reconhecimento sobre o território norte-americano, para identificar infraestruturas, que poderiam eventualmente ser alvos de ataques cibernéticos ou simplesmente para irritar o presidente Donald Trump e um desses voos sobrevoou em 2017 o seu terreno de golfe de Bedminster, em Nova Jersey, algo que muito desagradou a Trump.

Este é o terceiro acordo no sector da defesa e de controlo de armas do qual o Presidente Trump decide retirar seu país, desde a sua eleição em 2017, após a saída do pacto internacional sobre o programa nuclear do Irão em 2018 e do tratado americano-russo sobre mísseis terrestres de médio alcance ou INF em 2019, acusando a Rússia de o violar.

A saída do Tratado de Céus Aberto, pode ser um precedente para que o Presidente Donald Trump se retire do tratado russo-americano New START, concluido em 2010, que expira no início de 2021 e é considerado como o ultimo acordo nuclear ainda em vigor, que limita os arsenais de míseis nucleares, que os dois países podem implantar, mantendo-os abaixo dos níveis da guerra fria.  

Donald Trump quer que a China faça parte de um novo acordo para limitar os arsenais nucleares e afirma que não vai renovar o New START se os chineses não fizerem parte dos esforços para limitar o número de bombas atómicas.

 

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