Israel bombardeia Faixa de Gaza em represálias a disparos de mísseis palestinianos
Após o "acordo histórico" ou "traição" e "acordo da vergonha", consoante o ponto de vista dos israelitas ou palestinianos sobre o acordo assinado na véspera em Washington, entre Israel, os Emirados Árabes Unidos e o Reino do Barein, vários mísseis foram lançados a partir da Faixa de Gaza, na sua maioria interceptados por Israel, que ripostou, bombardeando esta quarta-feira, 16 de Setembro, vários locais na Faixa de Gaza.
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Os primeiros ataques vieram de militantes palestinianos na Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo movimento radical xiita Hamas, apoiado pelo Irão e considerado pelos Estados Unidos como uma organização terrorista, que na noite de terça-feira, 15 de Setembro, quando era assinado em Washington o acordo tripartido entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Barein, dispararam dois morteiros contra o sul de Israel, que causaram dois feridos ligeiros na cidade israelita de Ashdod, situada entre Telvive e Gaza.
Na manhã desta quarta-feira, 16 de Setembro foram lançados 13 outros disparos a partir da Faixa de Gaza, 9 deles interceptados por Israel, que em represálias retaliou na madrugada desta quarta-feira, 16 de Setembro, com ataques aéreos contra alvos militares em Gaza e designadamente uma fábrica de armas e explosivos.
O braço armado do Hamas em comunicado alerta Israel contra uma nova escalada militar, afirmando "Ias forças de ocupação vão pagar o preço de qualquer agressão contra o nosso povo ou sites da resistência".
O movimento Djihad Islâmico, segundo grupo armado na Faixa de Gaza, depois do Hamas, indicou por sua vez também em comunicado que "os acordos são injustos, uma traição total à causa palestiniana, às esperanças da nação árabe e vão levar as forças de resistência a prosseguir o jihad islâmico".
O primeiro-ministro israelita Benjamin Nethanyahu para quem o acordo tripartido pode "pôr fim ao conflito israelo-árabe" declarou em comunicado ainda a partir de Washington, "não estou surpreendido que no momento preciso da cerimónia, terroristas palestinianos tenham disparado sobre Israel, eles querem impedir a paz, mas não o conseguirão...nós atacaremos todos os que tentarem fazer-nos mal".
Os palestinianos opõem-se aos acordos de normalização das relações diplomáticas entre Israel, os Emirados Árabes Unidos e o Reino de Barein, rubricados na terça-feira, 15 de Setembro, na Casa Branca, em Washington, que consideram uma "traição" dos países árabes, que se recusaram a apoiar a proposta palestiniana na Liga Árabe condenando este acordo.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, presidiu à assinatura dos acordos diplomáticos rubricados entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que prometem mudar a correlação de forças num "novo Médio Oriente" disse Donald Trump.
Em reação, o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, no poder na Cisjordânia ocupada, afirmou que “não haverá paz, segurança ou estabilidade na região, sem o fim da ocupação [dos territórios palestinianos] e o respeito pelos plenos direitos do povo palestiniano".
Os acordos rubricados em Washington a 15 de Setembro, servem apenas os interesses de Israel, consideram 86% dos habitantes da Cisjordânia ocupada e da Faixa de Gaza, segundo um inquérito de opinião publicado a 15 de Setembro por um centro palestiniano de sondagens.
Israel e Hamas travaram três guerras desde 2007, mas graças à mediação do Qatar os dois beligerantes chegaram a um acordo de cessar-fogo informal no início de Setembro, através do qual o Hamas se comprometia a parar os ataques em troca de ajuda económica e alívio do bloqueio por parte de Israel e do Ena cidade israelita de Ashhod gipto, mas o acordo é constantemente violado.
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